Ela já foi Hebe, Marilda, Sueli...Mais recentemente, deu vida a Rebeca em Um Lugar ao Sol (2021), uma modelo vaidosa e que temia envelhecer. Corta para 2024, quando Andrea Beltrão aparece em cena despida de qualquer vaidade, com a pele curtida pelo sol, cabelos revoltos e figurino quase masculino. Assim é Zefa Leonel, a matriarca de uma grande família em No Rancho Fundo.
Na nova trama das seis, a primeira aparição de Zefa foi como um garimpeiro. Sim, porque ela se apresentou como homem para conseguir trabalho, já que assim seria respeitada. Estamos falando do sertão nordestino, terra de “cabra macho”, onde muitos valores de antigamente predominam. Mas, na família Leonel, Tico (Alexandre Nero) está mais para cordeirinho, afinal, quem manda mesmo é a esposa. Quando necessário, é ela quem se faz respeitar e até empunha o facão para defender a honra da filha, Quinota (Larissa Bocchino), em uma divertida inversão de papéis. Zefa põe ordem na casa enquanto os homens passam boa parte do tempo dormindo na rede. Mulher de fibra, batalhadora e decidida a passar por cima de quem enfrentá-la. Andrea está ótima no papel e forma um casal inusitado e hilário com Nero.
Quanto ao resto da trama, confesso que ainda está difícil pra mim descolar esta história de Mar do Sertão (2022), ainda mais que temos de volta personagens da novela anterior, como Deodora (Debora Bloch). Mesmo os personagens inéditos têm muito de tipos já criados anteriormente por Mário Teixeira: a mocinha sonhadora e corajosa, o vilãozinho conquistador, o mocinho injustiçado e com drama familiar, está tudo ali. É mais do mesmo.