Ele ganha a vida falando da vida alheia, bisbilhotando a intimidade de famosos e colecionando cliques com matérias bombásticas. Anthony Verão, vivido por Orlando Caldeira, é o fofoqueiro-mor de Vai na Fé, mas rejeita o rótulo de venenoso ao reforçar:
– Maldade não, verdade.
Ao lado de Érika (Letícia Salles), sua “parceira no crime”, o personagem é o terror de celebridades como Lui Lorenzo (José Loreto), mas pode também ser um aliado do cantor quando é preciso.
Em bate-papo, Orlando conta sobre suas inspirações para o papel, celebra o sucesso de Anthony e aposta: vem final feliz por aí!
Como foi sua preparação para viver Anthony Verão em Vai na Fé? Inspirou-se em algum fofoqueiro da vida real?
Para me preparar, eu comecei a seguir muito perfil de fofoca na internet e acompanhar os “fofoqueiros” clássicos e os novos “fofoqueiros”, para entender o que se repete em cada um, quais eram as suas particularidades. Eu acabei bebendo um pouquinho de cada fonte. Não me inspirei em uma pessoa específica, peguei um pouquinho de cada um, misturei e, disso, surgiu o Anthony Verão.
“Maldade não, verdade”: você acredita nesse bordão do Anthony? Como acha que é definir essa linha tênue entre “interesse público” e “interesse do público”?
Eu acho muito importante termos um jornalista na teledramaturgia brasileira com esse lema, mas só a verdade não dá conta. Existem verdades que não foram feitas para serem ditas, porque envolvem muita gente ou traumas profundos. Acho que tem algumas situações que precisam ficar no âmbito da intimidade, do foro íntimo – e essa é a linha tênue entre o interesse público e do público. O jornalista precisa trabalhar em cima do interesse público, não o do público, porque, às vezes, tentar servir a este pode passar por cima de algumas questões que ultrapassam o limite do humano e da sensibilidade.
Anthony é fofoqueiro, mas tem sua própria ética na hora de divulgar alguns assuntos, inclusive, bate de frente com Érika em muitos momentos. É esse o sucesso do carisma do personagem junto ao público?
Acho que hoje em dia, é muito importante termos na TV um personagem jornalista cujo lema é falar a verdade, sobretudo nos momentos em que a gente tem passado, das fake news e da descredibilização da imprensa. Então, ter esse personagem que defende e honra a ética da profissão é fundamental. Acho que o público se conecta com ele pela sua verdade: ele sente inveja, sofre, ambiciona, ama. O público se conecta com ele através da sua humanidade.
Há grande expectativa a respeito da vida amorosa de Anthony. Podemos esperar cenas de perdão e romance com Vitinho (Luís Lobianco)?
Eu torço muito para a reconciliação do Vitinho e do Anthony. Acredito que essas histórias precisam ter um final feliz e acho que o público pode esperar um desenvolvimento dessa história, que vai ser bacana. É importante falar de amor, e essa história fala sobre isso: um amor mal resolvido, que precisou de tempo para amadurecer e se entender. Acho que está na hora de ter um desfecho.
O que você não faria de jeito nenhum se fosse jornalista de celebridades?
Falar mentira e não checar os fatos. E eu também não daria palco para quem não precisa de palco. Acho que tem alguns discursos que não precisam ser propagados, essas pessoas ficariam bem invisíveis no meu perfil, caso eu fosse um jornalista de celebridades.