Um nome de referência ao se falar em cultura popular, Rolando Boldrin morreu nesta quarta-feira (9), aos 86 anos, em São Paulo. Ele estava internado há dois meses no Hospital Albert Einstein, segundo informações da assessoria de imprensa da TV Cultura, mas a causa da morte não foi divulgada. O velório será realizado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
Rolando Boldrin alegrou as manhãs da TV Cultura, estando à frente do programa Sr. Brasil por mais de 15 anos. Com uma trajetória que cruza com a história da TV brasileira, ele tornou-se, ao longo do tempo, um dos nomes mais respeitados quando o assunto é cultura popular.
Dono de uma memória invejável, o também ator e compositor é nome fundamental no resgate e na valorização da música caipira de raiz. Em entrevista ao Estadão, em 2021, disse: "Eu tenho 175 obras gravadas, gravei tudo o que você possa imaginar, de ritmos brasileiros, do samba de breque à moda de viola".
Trajetória
Aos 16 anos, Boldrin saiu de São Joaquim da Barra, onde nasceu em 22 de outubro de 1936, rumo a São Paulo. Entrou no mundo das artes pelo rádio, a partir de 1958, trabalhando como figurante em radionovelas. Aos 22 anos, faz teste na TV Tupi e iniciou a carreira com pequenos papéis
Nos anos 1950, começa a atuar em novelas, como A Muralha, na Record. Foi o primeiro ator a interpretar o icônico personagem Odorico Paraguaçu, de O Bem Amado, em 1960. Chegou ao cinema e fez os longas Doramundo (1978), O Tronco (1999) e O Filme da Minha Vida (2017).
Em 1981, mostrou ao Brasil o que era cultura popular, ao comandar o Som Brasil, na Globo.
Finalmente, em 2005, chegou à TV Cultura e continuou sua empreitada com o programa Sr. Brasil. Em comunicado, a emissora agradeceu "pela honra de ter contado com o brilhantismo de Boldrin em sua programação", além de manifestar "os mais sinceros sentimentos aos familiares e amigos deste artista gigante que jamais será esquecido".