A descrição de Armandinho no site da novela Cara e Coragem diz tudo: carismático e malandro. Some-se a isso o talento de Rodrigo Fagundes e temos o personagem ideal para cair nas graças do público.
Especialista em fazer rir, fruto da experiência de uma década no Zorra Total, Rodrigo garante que o retorno dos telespectadores tem sido a melhor recompensa. Em entrevista por e-mail, o ator conta um pouco sobre o clima descontraído nos bastidores da trama das sete, além de ressaltar a importância do humor em meio aos tempos turbulentos em que vivemos.
Como surgiu o convite para viver Armandinho em Cara e Coragem?
Através da autora Claudia Souto, com quem já trabalhei em Pega Pega (2018), temos uma parceria que funciona muito. É a segunda vez que tenho a oportunidade de dar vida a um personagem criado e escrito por ela.
Depois do Nelito, em Pega Pega, que era generoso e amigo de todos, vem Armandinho, um pilantra profissional. Qual foi a principal diferença na construção desses dois personagens?
A melhor coisa foi mudar totalmente a temperatura de um personagem para o outro. A atitude e a postura talvez sejam as maiores diferenças entre os dois. E é isso que mais me instiga. Ter a oportunidade de mostrar essa variedade de emoções e também das mudanças físicas e visuais que o papel exige.
O clima nos bastidores parece ser tão divertido como a novela. Conta pra gente alguma situação engraçada do elenco durante as gravações.
Isso é primordial. O clima nos bastidores é muito bom, divertido e agregador. A gente ri o dia inteiro, adoramos fazer stories de momentos engraçados, porque é uma maneira de retribuir quem nos acompanha e que sempre pede pra mostrarmos o que rola num dia de trabalho. Tenho vários momentos legais, brincar com o Kaysar (Kaká) e o André Luiz Frambach (Rico), por exemplo, é hilário demais. A gente adora se provocar e trocar essa energia que vocês veem pelas nossas redes sociais.
Você já tinha alguma noção de como era o trabalho dos dublês? Como mergulhou nesse universo para a preparação da novela?
Tinha pouca noção e fui atrás pra saber mais. É uma profissão que exige muita técnica e concentração, porque são muito focados, sobretudo na segurança deles. E é muito bom poder falar sobre o universo deles numa novela.
Em um momento tão difícil para o Brasil, o humor é um ato de resistência, como dizia Paulo Gustavo (1978 – 2021). Como é para você se embrenhar na comédia nos tempos atuais? É mais difícil fazer rir quando tudo parece tão triste ao redor?
Encaro quase como missão trazer alegria pras pessoas. Nos dias de hoje, então, é imprescindível ressaltar que me sinto privilegiado em exercer essa função. Porque mesmo com todos esses motivos políticos, sociais, salutares, alguém precisa ser a pausa que refresca, pra não pirarmos de vez. Então, encaro meu trabalho como esse momento de descompressão pra quem liga a TV ou acessa minhas redes sociais pra dar uma aliviada no dia pesado que teve. E vou te falar, o retorno que tenho tido com a novela é recompensador, pois consigo constatar pelas mensagens que recebo o quanto ajudamos a melhorar o dia de quem nos assiste. Amo o que faço, poder viver da minha arte num país como o Brasil é realmente algo a celebrar.