O clima rural tomou conta da telinha desde a estreia de Pantanal. Assim que Zé Leôncio (Renato Góes/Marcos Palmeira) apareceu em cena com sua comitiva, o público mergulhou em um universo rústico, onde a tecnologia está longe de chegar, rodas de viola são a melhor diversão e a lida no campo é mais do que trabalho, é uma filosofia de vida.
Mas não é de hoje que personagens com chapéu, botas e sotaque carregado povoam a telinha. Relembre aqueles que têm "laço firme, braço forte, muito gado e muita gente pela vida seguraram", como entoava Jair Rodrigues (1939 – 2014) na clássica canção Disparada. Apeia do teu cavalo e vem com a gente relembrar!
Entre bois e onças
Em Pantanal, José Leôncio abriu caminhos e firmou seu império. Quem toma conta da boiada do “padrinho” é Tadeu (José Loreto), que sofre por não ser reconhecido como filho.
Marcos Palmeira, que na versão atual interpreta o dono das terras, já foi o Tadeu da primeira exibição, em 1990. Em cena, Loreto aproveita a experiência do veterano, em uma bela parceria.
O terror do touro Bandido
Recém-chegada ao Globoplay, América (2005) mostrava um pouco da vida dos rodeios e peões. Como melhor representante da categoria, Tião (Murilo Benício) domava qualquer touro bravo, não se intimidava nem com o olhar do temido Bandido. Porém, não conseguiu segurar com seu laço a amada Sol (Deborah Secco), que preferiu se aventurar nos Estados Unidos.
Mocinho amaldiçoado
Na novela Araguaia, o desafio de Solano (Murilo Rosa) era permanecer vivo. Isso porque uma maldição assombrava os homens da família, condenados a morrer cedo se permanecessem na região. Corajoso e determinado, Solano enfrentou o feitiço, mas acabou sucumbindo ao amor de duas belas mulheres: Estela (Cleo Pires) e Manuela (Milena Toscano).
Dupla identidade
Em Amor Eterno Amor (2012), Carlos (Gabriel Braga Nunes) fugiu de casa ainda menino e foi para a Ilha de Marajó, no Pará, onde se especializou como domador de búfalos.
O que ele não conseguiu amansar foram suas visões e sonhos estranhos, que não sabia serem lembranças ou apenas sua imaginação. Na verdade, ele era o filho desaparecido da milionária Verbena (Ana Lucia Torre), que nunca se cansou de procurá-lo. O acerto de contas com o passado coloca Carlos, ou melhor, Rodrigo Borges, diante de poderosos inimigos e de um grande amor.
Da queda ao final feliz
Em sua estreia na Globo, Malvino Salvador interpretou Tobias, noivo de Zuca (Vanessa Giácomo) em Cabocla (2004). Trabalhador, honesto, mas com uma pitada de machismo, ele acabou perdendo a amada para o recém-chegado Luís Jerônimo (Daniel de Oliveira).
Tobias amargou vários capítulos de sofrimento, mas encontrou a felicidade ao lado da professora Mariquinha (Carolina Kasting).
Herdeiro do capeta?
A santinha e o "filho do diabo": o casal improvável de Paraíso (2009). O peão Zeca (Eriberto Leão) cresceu ouvindo o povo falar sobre o pacto que seu pai teria feito com o "coisa-ruim", e foi esse o motivo que o levou a estudar no Rio de Janeiro, bem longe das maledicências.
Enquanto isso, Maria Rita (Nathalia Dill) foi isolada do mundo por conta de uma promessa de sua mãe, que sonhava em vê-la se tornar freira. A moça não tinha vocação para a vida religiosa, e isso ficou ainda mais evidente depois que ela se apaixonou por Zeca, enfrentou a família e os mexericos para viver esse amor.
Rainha dos rodeios
Apesar da hegemonia masculina, a mulherada também se aventurou no mundo dos cavalos e esporas. Uma das mais célebres "peoas" da ficção é Ana Raio (Ingra Lyberato), protagonista de A História de Ana Raio e Zé Trovão (1990), na extinta TV Manchete.
Além de enfrentar o machismo, Ana levava dentro de si o sofrimento de ter sido afastada de sua filha, raptada logo após o nascimento. Entre os rodeios e a busca pela menina, ela conhece o amor nos braços de Zé Trovão (Almir Sater). Uma curiosidade: Ingra e Almir saíram do elenco de Pantanal, no mesmo ano, direto para a novela seguinte da emissora, tamanho o sucesso de seus personagens, Madeleine e Trindade.
Durona, mas romântica
O preconceito e o trabalho pesado nunca meteram medo em Selena (Cristiana Oliveira). Na trama de Corpo Dourado (1998), a moça era assediada pelo empresário Arturzinho (Marcos Winter), mas seu coração batia mais forte mesmo era pelo delegado Chico (Humberto Martins).
Para Selena, mais difícil do que domar um cavalo era admitir seus verdadeiros sentimentos. Foi só na reta final da novela que ela deixou a teimosia de lado e se rendeu ao amor.
O belo e a fera
Em Mulheres de Areia (1993), Malu (Vivianne Pasmanter) era considerada a "ovelha negra da família", como bem cantava Rita Lee na música-tema da personagem.
Rebelde com muitas causas, ela vivia afrontando a família com suas confusões. Para domar essa fera, só mesmo Alaor (Humberto Martins), com quem viveu uma história de amor repleta de tapas e beijos. O jeito rústico e durão do cowboy acabou conquistando a moça e os telespectadores, que torciam por um final feliz para o casal.