As novelas de Lícia Manzo se caracterizam pela ausência de vilões. Há, é claro, personagens que provocam antipatia e até um certo ódio no público. Mas são tão humanos que quase entendemos os motivos que os levam a ser desprezíveis.
Um Lugar ao Sol é uma trama bem amarrada e com personagens repletos de camadas, a começar pelo protagonista, Christian (Cauã Reymond), um anti-herói típico, que transita igualmente entre o bem e o mal. Mas, nesse elenco de primeira, Alinne Moraes é um ponto fora da curva. Na pele de Bárbara, ela vai do céu ao inferno em um mesmo capítulo da novela das nove, às vezes em questão de minutos. Se, por um lado, provoca empatia no telespectador por conta da perda de seu bebê no parto, em poucos instantes, dá um ataque de menina mimada capaz de irritar qualquer mortal.
Bipolaridade
A mãe de Bárbara era bipolar, como já foi dito em várias sequências da novela. A moça deve ter herdado o transtorno, a julgar pelos picos de euforia e depressão que foram mostrados até agora. É difícil odiar uma personagem que passou por tantas dores – as que foram exibidas na trama e as que vieram antes – e tampouco conseguimos desculpar as tiradas preconceituosas e arrogantes da dondoca.
Enquanto Bárbara transita entre várias nuances, embarcamos junto em emoções que só uma boa trama provoca.