Depois de Ray Fisher e Gal Gadot exporem abusos nos bastidores de Liga da Justiça, outra produção da DC virou alvo de denúncias. Ruby Rose, que viveu a protagonista na primeira temporada de Batwoman, foi às redes sociais nesta quarta (20) relatar acidentes e abusos no set de filmagens da série.
Em uma sequência de postagens no Instagram Stories, a atriz australiana disse que deixou o seriado prematuramente após sofrer graves lesões no pescoço e nas costelas durante as gravações. Segundo ela, o presidente da Warner Bros TV, Peter Roth, e a showrunner Caroline Dries a obrigaram a voltar ao set logo depois de uma cirurgia de emergência. "Dez dias (era o prazo de retorno) ou todo mundo seria demitido e eu decepcionaria todos porque Peter Roth disse que não iria escalar outra pessoa e o estúdio perderia milhões", relatou, compartilhando imagens de seus exames médicos.
Rose também afirmou que o mesmo ocorreu com outros colegas. Conforme ela, um membro da produção sofreu queimaduras de terceiro grau por todo corpo e ninguém deu apoio mesmo vendo "a pele do rosto dele cair". "Eu fui a única a enviar flores e cartões, e então tivemos que fazer uma cena de sexo sem nos darem um minuto para processar isso", acrescentou.
Além disso, "uma mulher foi deixada tetraplégica e eles tentaram culpá-la por estar no telefone", citou. Em outro momento, a atriz escreveu que "perdemos dois dublês", mas não deixou claro o que aconteceu com essas pessoas.
A artista ainda relatou que Peter Roth se comportava de maneira inapropriada com outras funcionárias no set. Ela citou como exemplo que ele pedia que algumas mulheres passassem suas calças a vapor enquanto ele ainda as vestia, o que as obrigava a tocá-lo "perto da virilha". O presidente da Warner TV também teria contratado um detetive particular para tentar criar uma "narrativa" contra Rose.
Sobre a pandemia, a atriz contou que a showrunner obrigou a equipe a continuar gravando a série mesmo após as filmagens de outras produções do canal CW terem sido paralisadas. Já o colega Dougray Scott foi descrito como "completamente antiprofissional" e alguém que tinha ataques de fúria no set, especialmente contra funcionárias mulheres.
Junto aos relatos, Rose pediu para os fãs pararem de insistir que ela retorne à série. "Eu não voltaria por nenhum dinheiro ou nem mesmo se uma arma fosse apontada na minha cabeça", garantiu.
Procurada pela imprensa norte-americana, a Warner Bros. ainda não se manifestou sobre as acusações. O executivo citado e a showrunner também não se pronunciaram sobre o caso.