"Sou dedicada e focada". A frase parece ter sido proferida por uma artista experiente, com anos de carreira. A julgar pelo tempo que tem de vida profissional, Letícia Braga parece ter bem mais do que 16 anos, já que está na telinha desde os oito. E é com a segurança de quem estreou ao lado de nomes como Tony Ramos, Renata Sorrah e Deborah Evelyn, em A Regra do Jogo (2015), que a jovem atriz se prepara para um novo desafio. No filme Meninas Não Choram, previsto para estrear em 2022, ela viverá uma adolescente com leucemia e não se assusta com o processo de construção da nova personagem, mesmo que isso inclua raspar os cabelos:
– Penso nisso como uma grande oportunidade de me aproximar dessa verdade que dói. Um caminho de luta que atinge milhares de adolescentes. Não somos diferentes, apenas estamos diferentes neste momento.
Com o pé direito
A segurança e a maturidade de Letícia vêm desde cedo. Não é à toa que ela impressionou por sua atuação logo no primeiro trabalho, em horário nobre, na novela A Regra do Jogo. Depois, ainda participou da primeira fase da minissérie Os Dias Eram Assim, ao lado de Sophie Charlotte, Antonio Calloni e grande elenco.
A jovem lembra com carinho dos bastidores de seus primeiros trabalhos, principalmente do acolhimento de artistas veteranos.
– Não tem preço poder dividir a cena com atores tão experientes. Só de observá-los antes e quando eles entram para gravar, é incrível – destaca ela, que revela quais são alguns de seus ídolos:
– Acho que Gloria Pires, Marjorie Estiano, Murilo Rosa e Bárbara Paz. Certamente, gostaria de trabalhar com eles!
Elementar, minha cara
Dos nove aos 15 anos, a atriz vestiu o uniforme vermelho de Sol, uma das integrantes do seriado infanto-juvenil Detetives do Prédio Azul, exibido pelo canal a cabo Gloob e pela TV Cultura. O sucesso foi tamanho, que o elenco ainda protagonizou três filmes e virou febre entre a gurizada.
Depois de tanto tempo vivendo a mesma personagem, Letícia resolveu alçar novos voos.
– É verdade que no DPA a gente se divertia muito! Éramos crianças interpretando crianças e fazendo coisas de criança! Eu a Sol já éramos quase a mesma pessoa. Não tinha nenhuma dificuldade em gravar! Agora, eu já tenho 16 anos, meus interesses mudaram e quero evoluir artisticamente. Então, o próximo filme será uma grande oportunidade de exercitar meu potencial. E como ficamos muito tempo sem gravar por conta da pandemia, a transição acabou sendo bem tranquila – explica Letícia.
E por falar em pandemia, Lê conta que não foi uma fase fácil, principalmente por ficar longe dos estúdios de gravação:
– Cheguei a fazer alguns trabalhos com gravação remota, fotos em casa para marcas de roupas, mas não é a mesma coisa. Sinto falta do ambiente, de estar com as pessoas. Conciliar escola e trabalho, nesta fase, foi fácil, difícil foi gostar da aula online.
Gosto pela escrita
Apesar da pouca idade, Letícia se divide entre a carreira de atriz e a de escritora. Com dois livros publicados (Cabelinhos de Anjo e O que Eu Vou Ser Quando Crescer), tem mais dois projetos em andamento, agora com a temática mais voltada para o público adolescente.
– Minha essência é ser atriz, escrever é um lazer, um caminho que me distrai e me relaxa. Já tive época de pintar, de dançar, de cantar! A arte faz parte de mim para trabalhar e para me divertir – finaliza.