Não é à toa que A Vida da Gente (2011) tem esse título. A trama de Lícia Manzo, reprisada atualmente às 18h, não tem enfeites ou invenções. É a vida, pura e simples, com suas armadilhas e desafios. Apesar de causarem muito sofrimento, Eva (Ana Beatriz Nogueira) e Vitória (Gisele Fróes) não podem ser consideradas vilãs.
São duas mulheres amarguradas, resultado de sofrimentos, desilusões e batalhas que enfrentaram em suas trajetórias. Por mais cruéis que pareçam, são verossímeis, tipos que poderíamos encontrar na vida real.
O triângulo amoroso central da história é emblemático ao representar uma situação difícil, mas sem acontecimentos mirabolantes. Não há duas mulheres lutando pelo mesmo homem, ou uma mais merecedora do que a outra, como costuma acontecer na maioria das novelas. Ana (Fernanda Vasconcellos) e Manuela (Marjorie Estiano) são vítimas de um destino caprichoso, que colocou duas irmãs no caminho do mesmo rapaz, não ao mesmo tempo, mas uma de cada vez, e de forma bem diferente.
O pivô
Tampouco Rodrigo (Rafael Cardoso) tem culpa da situação difícil que se formou. Ao imaginar que Ana jamais acordaria do coma, ele deixou que a vida seguisse seu curso, e todos os caminhos o levaram aos braços de Manu. A segunda exibição de A Vida da Gente tem o mesmo impacto sobre os telespectadores. Continua sendo difícil torcer para uma das irmãs. O desfecho dessa história, para quem não viu, foi justo e coerente. Mas, até lá, preparem os lencinhos.