Vivemos tempos difíceis com a pandemia de coronavírus. Apesar da situação, duas novelas voltaram aos estúdios ainda no ano passado, com o objetivo de serem finalizadas da melhor forma possível. Amor de Mãe foi ao ar entre março e abril de 2021, Salve-Se Quem Puder voltou com capítulos inéditos esta semana. Entre as duas, uma grande diferença: a trama de Manuela Dias abordou o caos provocado pela covid-19 no mundo, enquanto a história de Daniel Ortiz optou por deixar o vírus para a vida real, sem sequer citá-lo na ficção.
Qual foi a melhor alternativa? Difícil dizer, afinal, são novelas com temáticas diferentes. Amor de Mãe esbanjava realismo. Talvez por isso tenha sido natural a escolha por levar para a ficção o grande mal que assola a humanidade. Salve-se Quem Puder é uma comédia escrachada. Não há espaço para tristeza e, muito menos, para um espelhamento da realidade.
A julgar pelos primeiros capítulos inéditos da trama das sete, é perceptível que o roteiro precisou se adequar às medidas de segurança. Atores mais velhos, como Otávio Augusto, 76 anos, foram afastados. O biso Inácio foi passar uns tempos com a irmã, em uma fazenda. O telespectador mais atento percebe um certo distanciamento entre os atores, cortes abruptos quando é preciso maior proximidade, já que, nos bastidores, estavam todos de máscara. O mais estranho foi o “beijo no acrílico” de Luna (Juliana Paiva) e Téo (Felipe Simas). Adequações necessárias para os novos tempos. Que a normalidade volte logo, na vida real e na ficção.