É difícil escrever sobre ficção quando a realidade é tão dura. Por outro lado, é justamente neste momento que precisamos tanto do entretenimento. Tem sido pesado aguentar os noticiários, as atualizações dramáticas sobre o coronavírus e as informações sobre uma tragédia que parece não ter fim. O retorno das novelas, agora, é um alento.
A semana começou com a volta de Amor de Mãe, por enquanto em um compacto do que aconteceu na trama até março de 2020. Confesso, chorei quando revi a cena de Lurdes (Regina Casé) dizendo a Magno (Juliano Cazarré): "Calma, tua mãe tá aqui", e também me senti um pouco consolada. No corajoso discurso de Camila (Jéssica Ellen) sobre os desafios da educação no Brasil, o impacto sobre mim foi ainda maior do que ao assistir a essa cena da primeira vez. Porque é sobre esperança, é acreditar que, apesar de tudo, devemos manter a fé na educação, nos jovens, na garra de um povo que "faz valer o seu suor", como canta Gonzaguinha na música de abertura.
Retorno
Daqui a duas semanas, Amor de Mãe entra em sintonia com a nossa atual realidade. Máscaras, álcool gel e distanciamento entram na história como se fossem novos personagens. O coronavírus assume o posto de grande vilão, tanto na ficção como fora dela.
Mas a coragem de cada um de nós no enfrentamento de todo o caos, também estará presente. Porque dona Lurdes, Camila, e tantos outros, seguem na luta. E que a trilha nos sirva de mantra de esperança: "A gente quer suar, mas de prazer /A gente quer é ter muita saúde / A gente quer viver a liberdade / A gente quer viver felicidade".