Bandeira preta para a teledramaturgia. A decisão de retornar com tramas inéditas somente no ano que vem deixou os noveleiros chateados. Por outro lado, analisando racionalmente, a decisão da Globo é a mais prudente possível.
Havia muita especulação sobre as formas de retomar as histórias, em especial Amor de Mãe e Salve-se Quem Puder, bruscamente interrompidas por conta da pandemia. A trama das nove seria a mais afetada em caso de um retorno precoce, já que muitas cenas fundamentais teriam que ser evitadas.
Responsabilidade
Como seria o reencontro de Lurdes (Regina Casé) com Danilo (Chay Suede), após descobrir que ele é seu filho Domênico? Impossível fazer uma sequência dessas sem um abraço apertado. E a vida amorosa de Betina (Isis Valverde), dividida entre Sandro (Humberto Carrão) e Magno (Juliano Cazarré), ficaria apenas no "tchauzinho" de longe, sem beijos, abraços ou mãos dadas.
Por mais difícil que seja para os telespectadores, atores e todas as equipes envolvidas, o melhor a fazer é segurar a ansiedade. Retornar com segurança e, aí sim, tranquilidade de finalizar cada novela de forma a não prejudicar a história, com a coerência e a responsabilidade necessárias, é a solução ideal. Quando tudo isso melhorar, os abraços, ficcionais e reais, serão muito mais intensos.