Lobão foi o entrevistado do programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira (1°). Ao falar sobre política, o cantor afirmou que vê "certos tipos de vitimização" da esquerda e disse que a direita "não tem intelectuais, tem recalcados".
— A direita não tem intelectual, tem recalcados. A direita, tô falando de uma maneira ativa, aqui é um subproduto. Temos pouquíssimas seríssimas pessoas, o Martim Vasques da Cunha, o Bruno Garschagen, tem algumas pessoas que são realmente muito boas. O intelectual de direita eu considero que é um observador que tem uma riqueza de informações, mas é uma raridade, me incluo nesse rol, e ficamos num sanduíche — falou.
— Não é que (a esquerda) tenha "pau mole". Acho que o intelectual de esquerda é o campeão mundial de "punheta" de pau mole. Porque eu acho que há certos tipos de vitimização e de um autocentrismo da esquerda, que ela, realmente, quando vejo determinadas músicas de protesto, é uma "punheta de pau mole". Não tem a visceralidade de um rock ou de uma música de protesto, de um Bob Dylan — completou, dizendo que, apesar de rejeitar o governo atual, não está próximo dos ideais da esquerda.
O cantor também falou sobre a postura do presidente Jair Bolsonaro junto à área da cultura. Para Lobão, o governo federal tem a intenção de destruir a classe artística no país e criticou o fato de a Secretaria Especial da Cultura estar ligada ao Ministério do Turismo.
— O Ministério do Turismo é a favor do looby de livrar os hotéis, navios e vários meios de transporte de arrecadação de direito autoral. E a Secretaria da Cultura, que está dentro do Ministério do Turismo, organicamente defenderia o contrário. É notória e gritante a intenção desse governo de destruir completamente a classe artística no Brasil — disse.
Ex-apoiador do presidente, Lobão foi questionado se votaria de novo em Bolsonaro ou se escolheria Fernando Haddad, caso o segundo turno das Eleições presidenciais de 2018 ocorresse agora.
— Não vou votar, me absteria. Detesto fazer isso, não fiz naquela época porque lutei muito, passei 13 anos lutando contra o PT. Eu me absteria porque também acho que, inclusive, a grande estufa bolsonarista foi o PT, foi o que causou essa comoção — respondeu o cantor.
Assista à entrevista completa: