A força da coletividade feminina será um dos focos da segunda temporada de Coisa Mais Linda, série brasileira da Netflix que retorna com novos episódios na próxima sexta-feira (19). A produção nacional, ambientada no Rio de Janeiro no início dos anos 1960, irá mostrar como a chamada sororidade ajudou na busca por independência de um grupo de mulheres em uma época onde os homens ocupavam os principais espaços na sociedade.
GaúchaZH já assistiu aos primeiros quatro dos seis novos episódios do seriado e também conversou com as protagonistas Maria Casadevall, Pathy Dejesus, Mel Lisboa e Larissa Nunes. Questões como feminicídio, racismo e a presença feminina em ambientes de trabalho exclusivamente masculinos chegarão com mais força na trama.
— Tivemos um retorno muito positivo de mulheres na primeira temporada. A segunda pode ser um despertar para outras mulheres. A série não se propõe a ensinar ninguém, mas a provocar discussões sobre temas importantes relacionados às mulheres — comentou Maria, que vive a destemida Malu, em uma entrevista coletiva virtual.
Malu irá passar poucas e boas na segunda temporada de Coisa Mais Linda. Seu clube de bossa nova está em apuros. Além disso, precisará lidar com a perda de um nome importante para a trama, que irá chocar os telespectadores logo no primeiro episódio. Apesar da história central girar em torno de sua personagem, Maria acredita que o crescimento individual das mulheres da série vem através da união entre elas.
— O empoderamento é uma palavra que já está virando quase um clichê e apropriada pelo sistema. Parece que é um movimento particular. Para mim, Maria, essa palavra faz mais sentido quando é colocada na perspectiva do coletivo. Se tem um fato que desencadeou e fez com que ela (Malu) pudesse seguir esses instintos naturais de liberdade, de autonomia, foi o encontro com essas outras mulheres — concluiu a atriz.
Pathy Dejesus, que vive a empreendedora Adélia, comemora que, na segunda temporada, a série também possa discutir assuntos relacionados aos negros e sua luta por espaço na sociedade. O tema ficará bem visível por meio da jovem Ivone (vivida por Larissa Nunes), irmã de sua personagem, que precisará provar seu talento como cantora para a indústria fonográfica da época.
— É de extrema importância essa representatividade. Se você não se enxerga, você não existe. Eu estou muito feliz com a série porque existe um núcleo negro, com personagens construídos, fortes, não apenas figurantes. Que isso nos traga reflexão também — falou Pathy, comentando que Coisa Mais Linda proporcionou a ela o primeiro papel como protagonista, mesmo tendo 27 anos de vida artística, sendo 10 deles como atriz.
— É a trajetória negra, de uma mulher negra. Quando conseguimos uma oportunidade, precisamos muito segurar ela. Não podemos errar de nenhuma maneira. Em relação aos anos 60, a realidade era outra, mas já havia uma noção muito presente na vida da jovem mulher negra — explicou Larissa.
Já Thereza, vivida por Mel Lisboa, também enfrentará novos desafios. Mesmo assim, seguirá sendo uma mulher à frente do seu tempo, assim como na primeira temporada, agora tentando superar o preconceito ao começar a trabalhar em uma rádio.
— É um meio de comunicação que você fala pra muita gente e onde a mulher não tem voz. Ela está em uma rádio, dando uma notícia, expressando sua opinião. E isso acredito que seja bem ficcional para a época da série. Hoje em dia, é mais possível — afirmou Mel, comemorando a evolução das mulheres no mercado de trabalho.
Assista ao trailer da segunda temporada de Coisa Mais Linda: