A campeã do BBB 20, Thelma Assis, concedeu entrevista no programa Encontro com Fátima Bernardes na manhã desta quinta-feira (28). A ex-sister comentou sobre os momentos pós-reality show da Globo em que sofreu injúrias raciais nas redes sociais:
— Em todas as lives, eu sofro algum de tipo de injúria racial. Justamente na hora em que eu estava fazendo uma live falando sobre racismo fui atacada por pessoas que fizeram comentários racistas na transmissão. Daí eu tive que pedir licença para o público que estava nos assistindo e pedir que eles denunciassem os perfis que comentem essas atrocidades.
Na transmissão online, Thelma comentou que o Brasil é um país racista, e que isso se pronnuncia em todos os sentidos.
— Seja nas redes sociais, seja de forma velada ou explícita, e o que a gente tem que fazer é isso: denunciar.
Thelma explicou, no programa, que, por ser uma mulher negra, ela já sofria ataques antes de participar do Big Brother Brasil, mas que as agressões se intensificaram durante e após seu confinamento na casa.
— Eu considero ainda mais covardes essas pessoas que me atacavam enquanto eu estava no BBB porque de lá eu não podia me defender. Temos que pontuar que é uma atitude criminosa e ir atrás dos nossos direitos. Os racistas sempre tentam nos rebaixar e nos desestabilizar. Felizmente, essas pessoas não têm conseguido isso, eu sou muito forte. A força já faz parte da pessoa que é preta no nosso país, de tantas cicatrizes que nós temos devido a esse tipo de injúria. Enquanto houver atitudes como essas nós temos que bater de frente.
A ex-sister explicou que acredita que o ponto fundamental para promover mudanças de pensamentos preconceituosos na sociedade é a educação:
— Quando eu falo na minha live sobre racismo, é na esperança de que as gerações mais jovens, como da Fatou (outra convidada do programa, menina negra, de 15 anos, que sofreu injúrias raciais na escola), não tenham que passar por isso, e infelizmente a gente ainda presencia isso em um colégio, que é onde as pessoas têm acesso à educação. Neste momento, nós temos que nos voltar para os nossos lares e questionar os princípios e valores que estamos passando para os filhos e adolescentes em casa, porque essas pessoas que atacaram a menina com certeza tiraram o exemplo de alguém que não tem uma atitude antirracista.