Gizelly Bicalho, ex-BBB 20, participou na manhã desta quinta-feira (8) do programa Encontro com Fátima Bernardes, e falou sobre sua estadia na casa e a surpresa que teve com a recepção que recebeu de seus torcedores. A advogada teve uma participação no jogo marcada por polêmicas e ficou conhecida como Gizelly Furacão por sua intensidade.
— Eu sofria na casa e chorava achando que o Brasil não gostava de mim, que minha mãe não me amava mais, e quando eu saí foi uma surpresa maravilhosa. Eu nunca esperei na minha vida que ser essa Gizelly que sempre foi considerada uma louca iria conquistar tanta gente! Mas acho que foi a minha autenticidade que fez com que as pessoas se identificassem.
Durante o confinamento, a advogada criminalista tinha certeza de que não poderia continuar exercendo sua profissão. Ela atribui essa sensação à discriminação por ser mulher. De acordo com Gizelly, seus colegas de trabalho lhe destinam olhares diferentes por ser feminina e jovem, e não manter em segredo sua vida pessoal.
— Eu sempre senti esse preconceito de juiz, promotor, policial, advogado... Daí eu imaginei que depois de participar do BBB tinha acabado a minha carreira, quem iria me contratar agora? Já recebi várias críticas por ter um Instagram, que é sobre a minha vida, em que eu posto a Gizelly advogada, a Gizelly andando de bicicleta, Gizelly com o cachorro, e de biquíni... Muitas vezes eu ouvi "nossa, criminalista com essa carinha? Vai ser civilista. Civilista é coisa de mulher" — desabafa a ex-sister. — Ao participar do BBB, eu mostrei que a mulher pode ser o que ela quiser, e, quando eu saí, muitas advogadas e estudantes de Direito se identificaram comigo.
Gizelly comenta sobre seu desejo de continuar trabalhando. Entretanto, a ex-jogadora diz estar consciente de que não é possível no momento, assim como ela afirma estar sem tempo, pois acabou de sair da casa.
— Eu não posso agora advogar em casos solos, porque tenho muita coisa para fazer, mas, eu estou com um projeto que é para ajudar mulheres vítimas de violência doméstica. Eu tenho um conhecimento técnico da advocacia, e já sofri isso na minha casa, minha mãe era vítima de violência doméstica. Até os seis anos eu assistia minha mãe sendo agredida pelo meu pai, mesmo quando estava grávida, e isso só acabou quando ele faleceu, também de uma forma trágica. E essa é a minha missão. Lá no programa, com umas ajudando às outras, eu continuei sendo o que sou aqui fora, as minhas causas continuaram sendo as mesmas.
A advogada conta que também quer trabalhar no presídio feminino.
— As mulheres são abandonadas no presídio. Às vezes elas ficam presas, condenadas a cinco, dez anos, e na maioria dos casos elas são também abandonadas pelos maridos.
Ao comentar sobre arrependimentos de situações do programa, Gizelly fala entende que estava triste durante o confinamento, pois o momento era de sair da zona de conforto.
— Eu tive que falar pra mim mesma "Gizelly, calma, você só está triste, a depressão não está voltando". Viver em um confinamento é o ápice do estresse. O sono é pouco, a luz do quarto apaga duas, três horas da manhã e acende às 9h e nunca mais apaga, a casa é toda acesa, a gente não consegue desligar luzes, a porta bate, não tem cama pra todo mundo. E eu consegui sobreviver a tudo isso. Sempre foi o sonho da minha vida o BBB. Eu saí de lá uma nova mulher. O programa me trouxe a consciência de que sou capaz de realizar as coisas. - declara a advogada.