Débora Falabella estava numa ótima fase de trabalho. De volta à tela da Globo com Avenida Brasil, cuja reprise na faixa Vale a Pena Ver de Novo termina nesta sexta (1), a atriz mineira vinha se preparando para a estreia nos cinemas da comédia Depois a Louca Sou Eu. Também já havia começado a gravar em São Paulo, a cidade onde mora, a segunda temporada da série Aruanas.
Aí começou a pandemia de coronavírus, e os novos projetos ficaram em suspenso. Inclusive uma turnê em Portugal da peça Love, Love, Love, que já cumpriu temporadas em diversas cidades brasileiras.
— Nas primeiras semanas de confinamento, eu fiquei muito assustada. Depois, me acostumei um pouco — conta ela.
Ajuda o fato de a atriz não estar parada. Toda semana, Débora lança um vídeo na internet mostrando como Dani, a protagonista de Depois a Louca Sou Eu, está sofrendo as agruras da quarentena. A personagem é uma espécie de alter ego da autora do livro em que o filme é baseado, Tati Bernardi. E os vídeos são gravados remotamente, com direção de Júlia Rezende - a mesma cineasta do longa.
— Eu me sinto muito à vontade fazendo a Dani — prossegue a atriz, que teve poucas oportunidades na carreira de demonstrar seu afiado timing cômico.
Mas é com um papel dramático que ela volta à televisão. Débora Falabella vive a apresentadora de TV Natalie, uma das quatro protagonistas de Aruanas. Produzida pela Globo com a Maria Farinha Filmes, em parceria técnica com o Greenpeace, a primeira temporada da série foi disponibilizada em julho de 2019 na plataforma Globoplay. Nesta terça (28), começa a ser exibida na TV aberta.
Nesta primeira fase, Aruanas traz as ativistas da ONG do mesmo nome combatendo uma empresa que está poluindo um rio na Amazônia. O projeto original, que começou a ser desenvolvido em 2010, veio à luz justamente em 2019. Um ano em que queimadas colossais devastaram a floresta amazônica, enquanto o governo federal fazia vista grossa e apontava culpados absurdos.
— A série previu, com anos de antecedência, muito do que está acontecendo hoje — afirma Débora.
Houve reação negativa na internet, mas pouca.
— Sofremos alguns ataques, a maioria vinda de robôs — diz a atriz.
Agora eles podem aumentar, com Aruanas sendo exibida em uma janela de alcance muito maior. Mas os elogios foram muito mais numerosos, inclusive no exterior. Aruanas também promoveu uma mudança interna na própria atriz.
— Nunca fui muito ligada em ecologia. Eu separava o lixo, tentava não usar embalagens plásticas, mas nada além disso. Depois de Aruanas, não tenho como ficar longe dessas questões. Mudei a minha forma de pensar.
As gravações foram extenuantes. Débora precisou conhecer pessoalmente alguns jornalistas e ativistas ambientais. Passou por um treinamento no Greenpeace, e trabalhou com a preparadora de elenco Amanda Gabriel. As externas foram realizadas nos arredores de Manaus e em Manacapuru, no interior do Amazonas, sob um calor escaldante.
A segunda temporada, que abordaria a poluição do ar, promete ser mais fácil, com muitas gravações em São Paulo. Mas, no momento, não há previsão para a retomada dos trabalhos.
— Adoro a trama da Natalie nesta nova fase. Ela vai se afundar um pouco mais — ri a atriz, evitando dar spoilers.