Uma das tramas de maior sucesso da faixa das sete na Globo está de volta a partir desta segunda-feira (30). Assim como Amor de Mãe e outras novelas da emissora, Salve-se Quem Puder teve as gravações paralisadas devido ao coronavírus e abre espaço para uma versão compacta de Totalmente Demais, folhetim de 2015 escrito por Rosane Svartman e Paulo Halm.
Ao contrário de Bom Sucesso, última trama escrita por Rosane e Halm, Totalmente Demais propõe a modernização de um conto de fadas: o público acompanha os dramas de Eliza, vivida por Marina Ruy Barbosa, que arrancou elogios do público e da crítica quando a novela foi ao ar. A jovem protagonista é quase uma versão moderna da Gata Borralheira. Deixa a casa dos pais após brigar com o padrasto, Dino (Paulo Rocha), saindo da fictícia Campo Claro, e vai ao Rio de Janeiro tentar a vida, morando nas ruas.
Um dia, enquanto vende flores em um restaurante acompanhada do amigo Jonatas (Felipe Simas), uma espécie de anjo da guarda, Eliza chama a atenção do empresário de modelos Arthur (Fábio Assunção). Este fará de tudo para lançar a carreira da mocinha, mas será atrapalhado por Carolina (Juliana Paes), diretora da renomada revista Totalmente Demais.
A jornalista, que mantém um jogo de sedução e competição com Arthur, vai fazer de tudo para derrubar a menina dos olhos dele no concurso Garota Totalmente Demais. A disputa é fruto de uma parceria da revista da própria Carolina com a empresa de cosméticos Bastille e é um dos ápices da trama que, inclusive, marcou a primeira vilã de Juliana Paes na dramaturgia.
— Ela era um pouco mais fria com os sentimentos, um pouco mais calculista, aquele tipo de pessoa que esconde os sentimentos genuínos — lembrou Juliana recentemente em entrevista ao site Gshow. — Como não acredito em personagens maniqueístas, tentei fazer uma personagem que ao longo da trama vai se humanizando.
Papo sério
Um dos pontos marcantes de Totalmente Demais é seu conjunto de referências ao cinema. Por ser uma história que fala de moda, o público se lembra de filmes como O Diabo Veste Prada (2006) e Minha Bela Dama (1964). Esse tipo de citação a outras obras é muito presente nos textos de Rosane Svartman e Paulo Halm, também autores de Bom Sucesso, novela das sete lançada no ano passado que dialogou com a literatura.
— O processo de escrever, por ser um trabalho de muitas horas por dia e seis dias por semana, nos fez ter paixão pelos personagens e afeto pelo que fazemos. Tem que ser minimamente divertido e prazeroso — disse Rosane, em entrevista ao Gshow na época em que Totalmente Demais foi exibida. — Nós curtimos o dia a dia e passamos isso para a tela.
Além da preocupação em dialogar com a cultura pop, a novela tem momentos de reflexão. No início da trama, Eliza foge de casa por ser abusada pelo padrasto, situação que causou comoção nos espectadores. Outro assunto espinhoso retratado pelo folhetim foi a homofobia. Em um dos capítulos, Max (Pablo Sanábio), assistente de Arthur, é agredido nas ruas por estar de mãos dadas com outro homem.