Jakson Follmann, sobrevivente da tragédia da Chapecoense, acaba de surpreender o Brasil no reality show musical Popstar, da Rede Globo. O ex-goleiro foi o campeão desta temporada, provando que, além de ter superado o acidente que deixou 71 mortos, é um grande cantor.
O envolvimento com o microfone, no entanto, é tão antigo quanto a intimidade com a bola – Follmann é cantor desde a infância, em Alecrim, cidade em que nasceu.
Antes de se mudar para Porto Alegre, com 13 anos, para integrar o Grêmio, Follmann participava de festivais e também agitava a noite do pequeno município, com shows em uma pizzaria. Sempre de olho no cardápio da casa em que tocava, o grupo se chamava Boca Livre. Apesar de nome não deixar aparente, a banda era dedicada à música regional gaúcha. Mas o repertório também incluía clássicos sertanejos, gênero com o qual o ex-atleta demonstra hoje mais desenvoltura. Aliás, foi com Evidências, de Chitãozinho e Xororó, que ele venceu a final do Popstar.
– Estou superfeliz, Taís (Araújo, a apresentadora), por tudo que está acontecendo na minha vida. Meu maior adversário era eu mesmo – afirmou o ex-jogador, no palco do programa.
O Popstar não foi a estreia de Follmann como cantor na televisão. Há quase três anos, em janeiro de 2017, o ex-jogador participou do programa Encontro com Fátima Bernardes, quando cantou Flor e o Beija-flor, de Henrique e Juliano. De cadeira de rodas, usava uma bermuda que deixava exposta a amputação que sofreu na perna direta – além de ter uma pernas dilacerada, sofreu mais 13 fraturas na tragédia. O ex-goleiro dedicou a música à noiva, Andressa Perkovski, com quem se casou no mesmo ano, mas também lembrou uma saudade: andava afastado do violão porque havia emprestado o instrumento a um colega que morreu no voo com a Chapecoense.
– É uma situação meio triste, porque o meu violão acabei emprestando para o Matheus Biteco, que acabou partindo também – contou o ex-jogador, na ocasião.
Em entrevistas, Follmann costuma ressaltar que a música foi um fator importante em sua recuperação.
– A música foi muito importante para mim, principalmente na UTI. Algumas músicas fazem parte dessa minha reconstrução, dessa minha recuperação – afirmou em entrevista ao portal NSC Total.
Segundo o ex-jogador, a música o acalmava nos momentos de agitação, mesmo quando estava inconsciente. Mais tarde, precisou realizar uma cirurgia na cervical, que acabou afetando suas cordas vocais. A principal preocupação foi: " Vou poder voltar a cantar?".
Com o sucesso no Popstar, Follman não descarta seguir a carreira de cantor, como também afirmou em entrevista ao NSC Total:
– Acho que o futuro a Deus pertence. Se for da vontade de Deus de eu seguir na carreira de músico, a gente vai sentar com calma e analisar. Eu jamais vou falar que não vou querer ser um cantor. Mas acho que tudo no seu devido lugar, no devido tempo.