Morreu na manhã desta quinta-feira (17), aos 88 anos, Maurício Sherman, um dos maiores nomes da televisão brasileira. Segundo informações da família dadas ao portal de notícias G1, Sherman, que atuou como diretor, ator e produtor, morreu em casa, na zona sul do Rio de Janeiro. Ele marcou sua trajetória em produções da TV e contribuiu com diversas emissoras do Brasil, como a Tupi, a Excelsior, a Manchete e a Bandeirantes.
Na Globo, Sherman ajudou a criar o programa Fantástico e dirigiu programas de humor, como Faça Humor, Não Faça Guerra, Os Trapalhões e os de Chico Anysio. Além disso, atuou ainda como diretor-executivo da Central Globo de Produção.
O velório do diretor será realizado a partir das 13h desta sexta (18), no Crematório da Penitência, no Caju, na Zona Norte do Rio. A cremação será em seguida, às 15h.
A trajetória
Aos 13 anos, este filho de um casal de judeus poloneses já participava de peças amadoras apresentadas em um Clube da Colônia Judaica, em Niterói, no Rio de Janeiro. Isso até que um dia foi convidado pelo radialista Hélio Tys para trabalhar como ator na Rádio Mauá, onde estreou em uma representação de O Corcunda de Notre Dame.
Esse foi o pontapé inicial para Sherman participar de outros tantos espetáculos ao lado de Gisela Camões, Wanda Lacerda, Nathália Timberg, Fernando Pamplona e Alberto Perez. Foi crucial para que, em 1951, ele desse início à carreira na televisão, quando participou de uma representação da Paixão de Cristo na TV Tupi. No ano seguinte, se transferiu para a TV Paulista, onde representou clássicos do teatro e da literatura, como Rei Lea" e Hamlet, de William Shakespeare, e Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa.
Já em 1954, segundo o G1, passou a trabalhar na TV Tupi do Rio de Janeiro, onde atuou por dez anos. Durante este período, esteve envolvido com o clássico Sítio do Pica-Pau Amarelo e dirigiu um teleteatro com Heloísa Helena. Após uma passagem relâmpago pela TV Excelsior, Maurício Sherman foi convidado por Mauro Salles para trabalhar na Globo, em agosto de 1965. A estreia foi com a direção do espetáculo Tonelux, programa de Marília Pêra, Gracindo Jr., Riva Blanche e Paulo Araújo.
Já em 1966, dirigiu os programas Riso Sinal Aberto e Bairro Feliz. Sherman deixou a Globo em 1968. Neste mesmo ano, foi convidado a comandar uma equipe de criação na TV Tupi, e lá permaneceu até 1972, quando retornou à Globo para dirigir o humorístico Faça Humor, Não Faça Guerra, com Jô Soares, Paulo Silvino entre outros nomes.
O diretor participou também da equipe de criação do Fantástico, em 1973, e dirigiu as atrações Moacyr Franco Show, Chico Anysio Show e Os Trapalhões.
Em 1983, na TV Bandeirantes, Sherman dirigiu a programação da novíssima TV Manchete. Criou o programa Bar Academia, a minissérie Marquesa de Santos e os programas infantis apresentados por Xuxa e Angélica, apresentadoras descobertas e lançadas por ele.
De volta à Globo em 1988, como diretor-executivo da Central Globo de Produção, foi diretor de núcleo do horário das 18h; diretor do musical Globo de Ouro; diretor artístico do Fantástico; diretor do departamento de Projetos Especiais; e diretor da área de controle de qualidade.
Do ano de 1989 ao de 1991, esteve à frente do programa Os Trapalhões, apresentado por Renato Aragão, Dedé Santana, Mussum e Zacarias. Na sequência, atuou como supervisor do Video Show, assumiu o controle do programa humorístico Zorra Total e do Domingão do Faustão.
Mais recentemente, em 2009, Maurício Sherman dirigiu o especial de fim de ano Chico e Amigos.