No ar há duas semanas, Éramos Seis já conquistou o público com sua trama simples e intensa. Não há vilões, são tipos humanos, cheios de falhas, mas que também trazem suas qualidades. Verdadeiros em sua essência e passíveis de erros e acertos.
O telespectador que acompanha a trama elegeu, de cara, dona Lola como a personagem mais querida da novela. Gloria Pires dá um novo tom à mãe de família dos anos 1920. Batalhadora e submissa, mas que sabe se impor nos momentos cruciais, como foi o caso da briga mais fervorosa com Júlio (Antonio Calloni), na qual foi empurrada pelo marido ao tentar defender o filho Alfredo (Pedro Sol).
Outro tipo que caiu nas graças do público foi Afonso (Cássio Gabus Mendes). O dono do armazém tem uma generosidade ímpar, em contraste com a rigidez dos homens de sua época. Não à toa, acaba servindo como ombro amigo de Lola nos momentos mais difíceis.
E, é claro, o público noveleiro identifica de cara a química entre Gloria e Cássio, que vem de outros carnavais. Desde o primeiro trabalho juntos, ela como a vilã Maria de Fátima e ele como o jovem Afonso, em Vale Tudo (1988), firmou-se uma parceria longeva e bem-sucedida.
A dupla repetiu o par romântico quase 30 anos depois, em Babilônia (2015). Novamente, o personagem dele, Evandro, caiu em um golpe arquitetado por uma vilã de Gloria, no caso, Beatriz.
Na novela atual, os fãs da trama têm "shippado" Lola e Afonso. Todos já sabem que Júlio está com os dias contados, como conta a história original — do livro de Maria José Dupré, posteriormente adaptado para a TV. Porém, se a atual novela se mantiver fiel à narrativa, não existe qualquer menção a um romance de Lola e Afonso. Nada impede, no entanto, que o público dite as regras e mude o rumo dessa história, novela é uma obra aberta e a voz do povo é a voz de Deus, não é mesmo?