Gabriela Munhoz, 35 anos, estreou com tumulto na trama das seis, Órfãos da Terra. Sua personagem, Mágida, é o novo trunfo da vilã Dalila (Alice Wegmann) contra Jamil (Renato Góes), e já entrou na história acusando o mocinho de ter assassinado o seu marido. Além disso, a síria é mãe de Salma (Letícia Carnaval), a menina que Aline (Simone Gutierrez) e Caetano (Glicério Rosário) sonhavam em adotar, por acharem se tratar de uma órfã.
Gaúcha de Lajeado, mas morando no Rio de Janeiro há quase uma década, Gabriela começou a carreira de atriz aos nove anos e, na adolescência, conquistou o prêmio de melhor atriz no Festival de Jovens Talentos do Rio Grande do Sul. Com fôlego de estreante e trajetória de veterana, não se intimida com a responsabilidade de provocar conflitos em dois núcleos queridinhos do público. Pelo contrário, ela defende as razões de sua personagem. Em bate-papo por e-mail, a atriz conta como foi sua preparação antes de entrar em cena e se mostra feliz da vida com a primeira oportunidade em novelas.
Qual é a sensação de entrar em uma trama de sucesso como Órfãos da Terra?
Estou superanimada e lisonjeada pelo convite e pela oportunidade de chegar nessa reta final para ajudar a contar a história dessa novela tão bonita e tão útil. Sou muito fã das autoras, Thelma Guedes e Duca Rachid, e do diretor de núcleo, Gustavo Fernández.
Como foi a sua pesquisa de preparação para viver essa personagem?
Minha personagem permeia dois universos onde mergulhei nos meus estudos: a realidade da Síria e quais são as características de uma mulher nascida e criada lá, e a potência da relação entre mãe e filha, a profundidade que tem a separação, a ruptura de uma relação dessa intensidade. Assisti a alguns filmes, li algumas reportagens, busquei me contextualizar e ir mais a fundo na realidade que envolve esses universos. Além disso, estou com a maternidade muito latente e viva em mim por ter um filho de dois anos (Francisco). Acho que conto também com essa vivência de amor tão profundo que estou tendo na minha vida agora.
Mágida deve ser odiada tanto por tirar a pequena Salma da família de Aline quanto pelo fato de acusar Jamil por um crime. Você está preparada para uma recepção negativa do público?
Entendo este ponto de vista, mas acho que enxergo por outro prisma. Mágida é uma mãe que teve a filha arrancada de si e a reencontra depois de muita dor e muita procura. Ela também passa pela dor de perder o marido, muito jovem, de forma abrupta e cruel. A acusação ao Jamil se dá em função do que foi apresentado para ela nessa tragédia. Enxergo ela como vítima dessas duas situações terríveis. Porém, entendo que a chegada dela vai mexer, sim, com algumas estruturas, e isso pode render alguns conflitos e mágoas. Mas é involuntário, esse não é o desejo dela. Vamos ver se o público vai concordar comigo (risos).