Feminismo é um assunto que está em pauta em diferentes séries da Netflix, mas poucas delas conseguem falar sobre esta causa de uma forma satisfatória. Um dos acertos da plataforma de streaming é continuar investindo em novas fases de As Telefonistas, produção espanhola que chega à sua quarta temporada nesta sexta-feira (9).
Ambientada nas décadas de 1920 e 1930, em Madri, na Espanha, a série retrata a vida de quatro mulheres de personalidades bem diferentes e que trabalham na central de uma grande companhia telefônica.
Com uma narrativa ágil, As Telefonistas é mais uma das apostas da Netflix em produções de língua não inglesa, a exemplo de La Casa de Papel e Vis a Vis. Abaixo, GaúchaZH apresenta quatro motivos para você assistir à serie:
Mulheres no comando
Os primeiros anos do século 20 foram marcados pela submissão da mulher e pela busca delas por espaço e liberdade. Por isso, As Telefonistas traz isso à tona centralizando sua trama em quatro mulheres: Alba (Blanca Suárez), que troca de nome para Libia, a fim de esquecer seu passado conturbado; Ángeles (Maggie Civantos), uma mulher atrapalhada que tem uma filha e vive um relacionamento abusivo; Carlota (Ana Fernández), que se impõe contra o pai, que é militar; e Marga (Nadia de Santiago), uma jovem do interior que chega à capital cheia de sonhos.
Ao longo das temporadas, o quarteto se vê diante de diferentes situações. No segundo ano, elas precisam se livrar de um corpo e garantir que não têm nada a ver com o crime. Na terceira, há o casamento de Alba e Carlos - um dos romances norteadores da série -, que acaba em tragédia.
Elenco bem alinhado
Por serem quatro mulheres de muita personalidade, as quatro atrizes apresentam um bom entrosamento em cena. A protagonista Alba é vivida por Bianca Suárez e pode ser considerada a mais experiente do grupo, por ter vivido Norma Ledgard em A Pele que Habito, filme de Pedro Almodóvar.
Uma das queridinhas do elenco é Maggie Civantos, que vive Ángeles, também se popularizou graças ao papel de Macarena Ferreiro no seriado espanhol Vis a Vis, aposta recente da Netflix que se assemelha muito a Orange Is The New Black. Já a intérprete de Marga, Nadia De Santiago, garantiu notoriedade pela série local Las 13 Rosas, e Ana Fernández (Carlota em As Telefonistas) estrelou a comédia Sólo Química, de 2015.
O ator Itzan Escamilla, que faz Samuel no seriado teen Elite, vive Francisco.
Diversidade
Já pensou em um trans vivendo na Espanha conservadora da década de 1920? As Telefonistas imagina isso com o personagem Óscar Ruiz, que nasceu no corpo de uma mulher, mas faz a transição para homem. No começo, ele se apresenta como Sara e vai ganhando seu espaço na trama, principalmente por falar sobre a luta que é garantir seu lugar em uma sociedade preconceituosa.
Na série, o personagem é vivido por uma mulher cisgênero, a atriz Ana María Polvorosa.
Tensão e história ágil
O mais interessante de As Telefonistas é seu ar de suspense. Ao contrário do que se imagina, o seriado chama atenção pela tensão. No início da primeira temporada, Alba precisa realizar um roubo no novo emprego para quitar uma dívida. Na segunda, o quarteto precisa se livrar de um corpo. Na terceira, um casamento acaba virando um cenário de guerra. Ou seja, apenas com esses pequenos spoilers, é visível a criatividade dos roteiristas.
Para resolver (ou deixar mais expectativa por novas temporadas) estes dilemas, são apenas quatro temporadas de oito episódios cada. Por isso, a narrativa é bem ágil, ideal para uma maratona. A Netflix ainda não confirmou se haverá o desenvolvimento de novas fases.