Protagonista de A Dona do Pedaço, Maria da Paz é uma daquelas mulheres batalhadoras que trabalhou na rua, juntou dinheiro e conseguiu enriquecer. Quando atingiu o sucesso com sua rede de confeitarias, a personagem de Juliana Paes tornou-se uma perua de primeira: grandes colares, pulseiras caríssimas e frases honestas, sem se importar com a opinião da alta sociedade e regras de etiqueta.
Em alguns capítulos, a voz da própria atriz virou assunto nas redes sociais, identificado como uma mistura de sotaque mineiro com o de uma madame sem estilo. Juliana disse que, como em outros trabalhos, suas cordas vocais lhe incomodaram nos sets da novela e, por isso, precisou deixar a voz mais arrastada.
Por esses questionamentos de estilo e voz, Maria da Paz pode ser credenciada como uma nova integrante no hall de peruas da dramaturgia brasileira. GaúchaZH apresenta abaixo outras delas:
Viúva Porcina (Regina Duarte) - Roque Santeiro, 1985
Tida como santa, mas com uma postura duvidosa, Porcina é uma das peruas mais marcantes da TV brasileira. Após casar com Roque (José Wilker), um vendedor de santos, ela vê seu amado morrer dias depois. Para superar este momento, é amparada por Sinhozinho Malta (Lima Duarte). Ela é dona de uma fazenda, considerada uma das maiores da região, sempre preocupada em ostentar riqueza e poder.
Tieta (Betty Faria) - Tieta, 1988
Em sua juventude, Tieta foi interpretada por Claudia Ohana, vivendo a fase mais rebelde e solta que fez a personagem ser banida de Santana do Agreste aos 18 anos. Ela retorna à cidade após mais de duas décadas, após se tornar muito rica. Na fase mais madura, vivida por Betty Faria, Tieta retorna exuberante, com roupas vistosas. Ela sabe trabalhar melhor seu lado racional, mas sem deixar de lado sua passionalidade. Seu objetivo é se vingar da hipocrisia do lugar que a expulsou quando era jovem.
Maria do Carmo (Regina Duarte ) - Rainha da Sucata, 1990
De passado muito pobre, Maria é bonita e muito inteligente. A partir de um ferro-velho, ela inicia um negócio com o pai, Onofre (Lima Duarte), e acaba se tornando uma empresária de sucesso. É então que passa a se relacionar com Eduardo Albuquerque Figueroa (Tony Ramos), um aristocrata que projeta a construção de um carro inovador. Acontece que ele é cobiçado pela própria madrasta, Glorinha Albuquerque Figueroa (Glória Menezes), o que gera um estranho triângulo amoroso.
Mary Matoso (Patricya Travassos) - Vamp, 1991
Matriarca da família de vampiros Matoso, formada por Osvaldo (Otávio Augusto) e pelos filhos, Matosão (Flávio Silvino) e Matosinho (André Gonçalves), Mary fazia parte do núcleo que rendeu cenas hilárias à trama. Por conta de suas trapalhadas constantes, ela e Osvaldo eram transformados em sapos pelo conde Vlad (Ney Latorraca). No final da novela, decidem ir embora de Armação dos Anjos e terminam a história em Rayo que Los Partan, cidade peruana fictícia, onde acabam sendo seguidos por Penn-Taylor (Vera Holtz) e Augusto Sérgio (Marcos Frota), dupla de caçadores de vampiros.
Branca Letícia (Susana Vieira) - Por Amor, 1997
Uma das personagens de maior repercussão de Susana Vieira, Branca era uma perua divertida, mas ao mesmo tempo podia ser cínica e venenosa. Um verdadeiro capeta com seus desafetos – como Helena (Regina Duarte) e Nando (Eduardo Moscovis), namorado de sua filha, Milena (Carolina Ferraz). Ela assediava constantemente Atílio (Antonio Fagundes), seu namorado na juventude. Os dois tiveram Leonardo (Murilo Benício), mas ela o criou como filho de seu marido, Arnaldo (Carlos Eduardo Dolabella).
Jaqueline (Claudia Raia) - Tititi, 2010
A Jaqueline de Tititi era puro amor na telinha. Ainda assim, Claudia Raia nunca passava desapercebida nas cenas, dado o visual extravagante da personagem, com seus grandes colorares, brincos, estampas e tudo mais que lhe agradasse — de preferência, combinados no mesmo look. Ou seja, uma perua de primeira, que ainda foi capaz de transformar o cafona Jacques Leclair (Alexandre Borges) no dono de uma bela grife, na trama, e fazer frente a Victor Valentim (Murilo Benício).
Jezebel (Elizabeth Savala) - Chocolate com Pimenta, 2003
Jezebel, por sua vez, não era flor que se cheire. Na famosa novela das seis Chocolate com Pimenta, que acompanhava a saga de Ana Francisca (Mariana Ximenes) de menina boba do interior até uma dama vingativa e poderosa, a personagem de Elizabeth Savala se destacava tanto pelos modos peculiares quanto pelo inesquecível bordão "Ai, como eu sofro!". Uma vilã carismática, ela se safou até de criar o filho homem (Kayky Brito) como menina.
Norma Gusmão (Carolina Ferraz) - Beleza Pura, 2008
"Eu sou rica". Não. "EU SOU RICAAA!!!". Tem que ler gritando e estendendo a última vogal (mentalmente, por favor). Personagem interpretada por Carolina Ferraz em Beleza Pura, que foi ao ar em 2008, Norma Gusmão eternizou um bordão que caiu nas graças da internet, sendo reaproveitado até hoje. Na trama, ela era uma executiva elegante e poderosa. Porém, mesmo que fosse bem sucedida (leia-se RICA), Norma era uma pessoa frustrada por não ter o amor de Guilherme (Edson Celulari), por quem era apaixonada.
Clô Souza e Silva (Irane Ravache) - Passione, 2010
Em meio a uma trama de crimes e traições, a personagem soberba e deslumbrada interpretada por Irene Ravache era garantia de boas risadas. A Rainha do Lixo, como era conhecida (por ser casada com um sócio de uma empresa de reciclagem), era a legítima nova rica: extravagante e elitista, forçava intimidade com Bete Gouveia (Fernanda Montenegro) e chamava atenção com frases sem noção.
Bibi Castelani (Maria Clara Gueiros), de Insensato Coração, 2011
“Nasci rica, gostosa, minha vida tinha tudo para ser perfeita, mas Deus me deu o pai mais irresponsável do mundo! Se essa é a lei da compensação, preferia ser pobre e baranga”. Essa é uma das frases de Bibi Castelani, filha de Milton (José de Abreu) e neta de Vitória (Nathalia Timberg). Perua leve e divertida, ela aproveita bem a vida e todos os seus prazeres, tanto que acaba ganhando fama de "pegadora". Tudo muda quando ela conhece Douglas (Ricardo Tozzi) e se apaixona por ele.
Chayene (Claudia Abreu,) - Cheias de Charme, 2012
Piauiense de Sobradinho com passagem por São Paulo, Chayene foi lançada num grupo de lambada e virou a musa do forró. Vilã da trama, ela tem ciúme do sucessos das Empreguetes e usa toda a sua ousadia para tentar sabotar a carreira do trio. Tudo, é claro, com variadas estampas, muitos brilhos e paetês - além de um "chayanês" que conquistou o público com expressões como curica, ariranha e personal dietista.
Fedora (Tatá Werneck) - Haja Coração, 2016
Herdeira dos Abdala, a filha de Teodora (Grace Gianoukas) e Aparício (Alexandre Borges) se considera uma celebridade. Envolvida com Leozinho (Gabriel Godoy), Fedora não economiza um centavo e gosta mesmo é de aparecer. Disposta a surpreender nas redes sociais, a personagem chega a usar um longo preto e cheio de detalhes extravagantes no seu casamento. Mas os looks com plumas e coroa de princesa acabam ficando para trás junto com a vida de glamour quando ela decide ir trabalhar na feira.