Uma das últimas estreias da Netflix, Amizade Dolorida está causando polêmica na comunidade BDSM, sigla que corresponde a "Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo" e define aqueles que seguem estas técnicas durante as relações sexuais. Membros do grupo afirmaram que a produção aumenta o estigma da "dominação profissional".
Lançada na última quarta-feira (24), a primeira temporada da série de humor negro apresenta Tiff (Zoe Levin), uma estudante de psicologia que garante seu sustento trabalhando como dominatrix à noite, ao lado do amigo homossexual Pete (Brendan Scannell).
"Poderia ser bonitinho. Mas por que eles precisam fazer ela ser uma dominatrix porque está falida? Porque ela não poderia apenas escolher ser, como a maioria das dominatrix profissionais que eu conheço? Não é como 'vou servir mesas até me tornar um ator', esta é uma profissão qualificada", questionou um internauta. "Toda a série é um insulto para nossa indústria. Nós somos bons o suficiente para nos tornarmos paródias em uma série de televisão/streaming, mas, de outra forma, somos banidos e bloqueados", refletiu outro.
"Coisas que podemos parar de fazer: usar a falta de consentimento em piadas; criar shows sobre profissionais do sexo sem nenhuma representação além de 'dominatrix branca bonita'; toda essa conta no Twitter [o perfil criado pela Netflix imita uma dominatrix real]", escreveu outro usuário.
Richard Doyle, criador da série, se pronunciou sobre o caso em seu perfil no Instagram. Ele explicou que o texto é baseado em sua própria experiência na cidade de Nova York: "Como um jovem gay ainda lutando com minha própria sexualidade, vigiar a porta enquanto uma das minhas melhores amigas amarrava um homem nu em uma cama de dossel e o chicoteava era no mínimo desagradável, mas, para minha surpresa, eventualmente me libertou de muitas das minhas próprias neuroses sobre sexo".