Você deve saber como funciona a lógica por trás das produções originais da Netflix: os algoritmos engolem os temas mais vistos pelos usuários e cospem conteúdos novos que juntam tudo de mais atrativo que tem na plataforma. Por exemplo: anos 1980, música eletrônica, monstros e crianças fofinhas. Toma Stranger Things.
Se Nightflyers, série produzida pelo canal SyFy que estreou nesta sexta-feira na Netflix, usasse a mesma lógica, as tags seriam: viagem no espaço, alguns sustos, inteligência artificial, vida extraterrestre e George R.R. Martin. Eis Nightflyers.
As críticas não têm sido as melhores, mas a produção tem seus méritos. Baseada em uma história de George R.R. Martin, o mesmo que inspirou Game of Thrones, a série mostra a tripulação de uma nave espacial que tem como missão encontrar um povo alienígena. No meio do caminho, os passageiros começam a vivenciar episódios violentos e confusões mentais causadas por encontros no infinito do espaço.
Se as reviravoltas na trama e o clima de suspense constante na nave ajudam a segurar o espectador, a falta de empatia por qualquer um dos personagens e o roteiro um tanto sem foco fazem os episódios perderem força.
Não espere um novo Game of Thrones – na verdade, não dá para considerar nem um novo Stranger Things, para usar um exemplo de ficção científica que também está na Netflix. Mas pode ser a sua diversão para o fim de semana no sofá.