Dois meses depois de ser disponibilizada no Globo Play, a minissérie Treze Dias Longe do Sol chega nesta segunda-feira (8) à TV aberta. A partir das 22h, a RBS TV exibirá o primeiro capítulo da trama de Elena Soárez e Luciano Moura estrelada por Selton Mello. Antecipar a obra no streaming foi uma estratégia para comemorar os dois anos da plataforma própria da Globo.
Saulo (Selton Mello) é um engenheiro soterrado nos escombros do prédio que ele mesmo construiu – mas com o mínimo possível de recursos financeiros, para desviar dinheiro da obra. Ao sobreviver ao desmoronamento, ele tem de lutar para voltar à superfície ao lado de Marion (Carolina Dieckmann) e alguns operários.
– Lá embaixo, tudo vem à tona. Aparecem os ressentimentos, dores, frustrações e a iminência da morte. Mas, ao mesmo tempo, eles têm de se unir para ver a luz do sol de novo – diz o ator.
A história começa quando Saulo e Gilda (Debora Bloch) decidem economizar o máximo possível na construção do Centro Médico Dr. Augusto Rupp. A intenção é comprar, com o dinheiro desviado, as ações de Vitor Baretti (Paulo Vilhena), o herdeiro da construtora. Com o desabamento do prédio, porém, haverá uma caça aos culpados. Tudo isso enquanto os soterrados lutam para conseguir sobreviver.
– Na hora em que o bicho pega lá em cima, cada um quer salvar o seu pescoço, dizer que a culpa foi do outro. Mas, na verdade, está todo mundo envolvido de uma certa forma. Saulo é interessante porque é o herói, mas pode ser que não continue sendo ao longo da série – observa Selton.
Além da luta pela sobrevivência, Saulo precisa enfrentar o clima estranho ao lado de Marion, com quem manteve um caso no passado. Debaixo dos escombros, os dois revivem o passado amoroso – que não acabou bem.
Para Selton, o que tornou a minissérie mais especial foi poder contracenar com Carolina Dieckmann, Debora Bloch e Fabrício Boliveira, entre outros atores.
– Às vezes, atuar é algo muito intuitivo. É um reencontro com a Carol (Dieckmann) que acho muito legal, porque a gente não trabalhava junto desde Tropicaliente (1994). Isso tem mais de 20 anos! Debora Bloch também é uma ótima atriz. Fabrício Boliveira é um cara que admiro muito e faz um personagem lindo, um bombeiro que não desiste das pessoas que estão lá embaixo – conta.
Trama divide-se entre superfície e escombros
No primeiro episódio da minissérie, que será exibido nesta segunda-feira (8), Saulo está sendo cobrado para inaugurar logo o prédio e pede ao operário que coloque mais argamassa para tapar uma rachadura em um pilar. "Já colocamos", responde o mestre de obras. "Coloquem mais", insiste Saulo. Quando o prédio vem abaixo, a narrativa passa a desenvolver-se em duas frentes. No subsolo do edifício, onde estão os poucos sobreviventes, incluindo Saulo e a filha do dono do empreendimento que veio fazer a vistoria – Carolina Dieckmann –, e na superfície, onde os responsáveis pela firma buscam um bode expiatório a quem culpar pelo desabamento do prédio.
Fazendo a ligação entre as duas partes, está o verdadeiro herói da história. Tão obsessivo quanto o engenheiro, o chefe dos bombeiros não desiste de escavar nos escombros buscando sobreviventes. Fabrício Boliveira é quem faz o papel.
– É uma das coisas de que mais me orgulho nesse trabalho. Ter colocado o Bolívar nesse grande papel. Estamos vivendo um momento de afirmação das identidades, e é bom que nosso herói seja um homem negro – comenta o diretor Luciano Moura.
Selton Mello não chega a ser um anti-herói, mas ele transgrediu uma linha e trilhou um caminho sem volta que resultou no acidente.
– A situação-limite faz com que apareça o melhor e o pior das pessoas. Vamos saber mais sobre o Saulo, o que o levou a cruzar essa linha, mas lá embaixo, ao iniciar a subida, ele estará buscando a redenção – explica a roteirista Elena Soárez.