Listamos aqui uma dezena de séries recentes de ficção científica com diferentes propostas e abordagens. As dicas selecionadas pelo Segundo Caderno são programas que se valem de tropos clássicos do gênero, como viagem no tempo, experiências genéticas e explorações espaciais, para criar histórias com fartas doses de aventura, horror, diversão e, por vezes, até mesmo as angústias existenciais futuristas que refletem nosso tumultuado presente.
Ao longo de três temporadas de poucos capítulos, esta produção inglesa tornou-se um fenômeno de público ao fazer de seus episódios fechados, sem compromisso com continuidade ou tom, um reflexo de questões que se tornaram onipresentes na contemporaneidade: como a tecnologia e seu uso impactam vida privada, política, relações de trabalho e de comunidade, luto, ética e vida digital. As três primeiras temporadas estão disponíveis na Netflix para quem ainda não viu ou quer rever antes da estreia da quarta temporada marcada para sexta-feira no serviço de streaming. A nova sequência terá seis episódios, cujos títulos já foram divulgados: Metalhead, Arkangel (este, dirigido por Jodie Foster), U.S.S. Callister (primeira incursão de Black Mirror pela vertente das viagens de exploração espacial), Crocodile, Hang the DJ e Black Museum.
Dark
Produção original alemã da Netflix que mistura horror, ficção científica inspirada e drama não muito bem dosado. Em uma pequena cidade vizinha a uma usina nuclear, o desaparecimento de uma criança altera drasticamente o destino, o presente e o passado de quatro famílias, revelando um misterioso ciclo de eventos que parece se repetir a cada três décadas. Uma série que não tem medo de beber em alguns dos temas mais intrincados do gênero e de mergulhar pesado nas implicações físicas da percepção do tempo.
The Expanse
Drama que adapta uma série literária de ficção científica escrita pelos autores Daniel Abraham e Ty Franck, que assinam com o pseudônimo conjunto James S.A. Core, apresenta a humanidade 200 anos no futuro, lidando com as implicações políticas da expansão da raça humana em colônias espalhadas pelo sistema solar. Em um cenário de tensões políticas entre o planeta Terra e as diferentes colônias, surgem evidências de que a humanidade pode ter topado com vida alienígena. As duas temporadas estão na Netflix.
Altered Carbon
A série é uma adaptação do romance Carbono Alterado, obra de estreia do autor inglês Richard Morgan, lançada originalmente em 2002 e publicada no Brasil no ano passado, com a editora já prevendo as repercussões comerciais favoráveis de um título em fase de adaptação para a Netflix. Tanto o livro quanto a série são ambientados no século 25, um futuro no qual a humanidade já colonizou com sucesso outros planetas do sistema solar.
Quase um século após uma guerra nuclear que devastou a Terra, a humanidade sobrevive precariamente como poucos milhares de pessoas em uma estação espacial que já dá sinais de que vai pifar. Uma centena de jovens é, então, enviada numa missão de alto risco para verificar se o planeta Terra pode voltar a ser habitado. Um cruzamento entre sci-fi e aventura juvenil surgido na onda de produções que se seguiu ao sucesso de Jogos Vorazes – e que pode ser visto na Netflix.
Orphan Black
Uma jovem testemunha o suicídio de uma mulher fisicamente idêntica a ela, e resolve assumir a identidade da morta para conseguir dinheiro e resolver problemas financeiros. Ela acaba descobrindo, contudo, que há mais mulheres iguais a ela, todas produto de um programa clandestino de clonagem. Disponível na Netflix, a série mistura aventura, questões de identidade e ética científica e se apoia no excelente desempenho da atriz principal, Tatiana Maslany, multiplicando-se em cena.
3%
Produção brasileira da Netflix criada pelo consagrado fotógrafo César Charlone. Embora a crítica não tenha sido das mais entusiasmadas quando de seu lançamento, a série se tornou sucesso internacional do canal e ganhará segunda temporada em 2018. Em um futuro distópico, apenas 3% da humanidade vive uma vida confortável em uma estação paradisíaca. Os demais precisam participar de uma espécie de reality show para poder abandonar a carência de recursos no "continente" para fazer parte dessa elite.
12 Monkeys
Seguindo a onda recente de transformar filmes de sucesso em séries, esta produção, que integra o catálogo da Netflix, recupera a história do longa cult dirigido por Terry Gilliam, em 1995. No ano de 2043, um vírus dizimou a maior parte da população da Terra, e um homem, James Cole, volta no tempo para descobrir o que aconteceu em 2015 que deu origem à praga. No lugar de Bruce Willis, astro do filme, entra Aaron Stanford, o Pyro de X-Men 2 e X-Men: O Confronto Final.
Travelers
Outra série sobre viagem no tempo disponível na Netflix e com uma premissa vagamente similar à de 12 Monkeys. Agentes vindos do futuro, cujas consciências foram enviadas para corpos de pessoas do século 21, precisam assumir a identidade de seus disfarces e usar seu conhecimento do que está por vir para cumprir missões destinadas a evitar catástrofes futuras. Precisam, também, lidar com os problemas das vidas que assumiram.
Mars
Uma série curiosa produzida originalmente pelo canal da National Geographic, Mars é uma produção que mistura documentário com ficção científica, com ênfase no “científica”. O programa – que pode ser assistido na Netflix e no Now – alterna a saga ficcional da primeira missão enviada a Marte, em 2033, com entrevistas em tom de documentário realizadas no presente com especialistas nos esforços realizados hoje pela ciência para colonizar o planeta vermelho.
Colony
Estrelado por Josh Holloway (que ainda tenta se desvincular do papel de Sawyer em Lost), este drama de guerra futurista apresenta uma Terra dominada por alienígenas que redistribuíram a população em colônias muradas governadas por humanos colaboracionistas. Na colônia em que antigamente se localizava Los Angeles, o casal de protagonistas tenta preservar sua família. A série pode ser vista na Netflix e no Now.