Depois de bater o recorde de troféus conquistados no Globo de Ouro (foram sete), o musical La La Land: Cantando Estações fez história também no Oscar: indicado a 14 estatuatas, igualou o número de Titanic (1997) e A Malvada (1950), tornando-se um dos três campeões de indicações nos 89 anos da maior premiação da indústria do cinema. Desponta não apenas como favorito na festa programada para 26 de fevereiro, mas também como candidato a igualar – ou até a superar – o número de prêmios de Titanic e O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei (2003), recordistas com 11 estatuetas conquistadas.
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Entre os outros aspectos que chamaram a atenção no anúncio dos concorrentes, nesta terça-feira, está a quantidade de artistas negros lembrados pela Academia de Hollywood neste ano. A resposta da entidade à polêmica do ano passado, quando não houve afrodescendentes entre os atores indicados, foi a nomeação de diversos intérpretes – apenas na categoria atriz coadjuvante são três, Viola Davis (por Cercas), Octavia Spencer (Estrelas Além do Tempo) e Naomie Harris (Moonlight). Esses três longas concorrem a melhor filme junto a Manchester à Beira-mar, A Qualquer Custo, Até o Último Homem, A Chegada e Lion: Uma Jornada para Casa, além de La La Land – todos, exceto Cercas, com exibição confirmada nos cinemas brasileiros até a data da premiação.
A categoria melhor atriz revelou as principais surpresas da lista de indicados. Tanto pela ausência de Amy Adams, que estava cotada por A Chegada e também por Animais Noturnos, quanto pela lembrança da francesa Isabelle Huppert – indicada mesmo que o filme pelo qual concorre, Elle, de Paul Verhoeven, não esteja na lista dos cinco postulantes ao troféu de melhor longa estrangeiro. Nessa categoria, o favorito é o alemão Toni Erdmann, de Maren Ade, longa aclamado pela crítica e superpremiado em festivais, mas ainda sem data de estreia prevista para os cinemas brasileiros.
Meryl Streep, intérprete com mais indicações, festejou nesta terça a 20ª de sua carreira – ela tem três estatuetas conquistadas, sendo a mais recente por A Dama de Ferro (em 2012). O filme pelo qual concorre neste ano, Florence: Quem É Esta Mulher?, de Stephen Frears, já passou nos cinemas e pode ser visto pelos assinantes do serviço NET Now.
Quem corre por fora entre as atrizes é Natalie Portman, que interpreta Jackie Kennedy na cinebiografia Jackie, do chileno Pablo Larraín (prevista para estrear no Brasil na semana que vem). Entre os atores, o favoritismo inicialmente parece recair sobre Casey Affleck, o protagonista de Manchester à Beira-Mar, longa com seis indicações que se apresenta como um dos principais concorrentes de La La Land na categoria melhor filme. Outro título destacado na corrida pelo principal troféu do Oscar é Moonlight – Sob a Luz do Luar, longa de Barry Jenkings que venceu o Globo de Ouro de melhor drama (La La Land faturou entre as comédias ou musicais) e concorre a oito Oscar.
Promessa de uma cerimônia politizada
Da cerimônia deste ano, pode-se esperar discursos politizados, à semelhança daquele de Meryl Streep contra Donald Trump no Globo de Ouro, e ainda, talvez, alguma ode à diversidade – o que poderá lembrar o Oscar de 2014, que premiou como melhor filme 12 Anos de Escravidão, de Steve McQueen, e como melhor diretor Alfonso Cuarón, por Gravidade (foi o primeiro latino-americano a vencer na categoria), além de registrar discursos engajados contra a homofobia por conta dos prêmios recebidos por Clube de Compras Dallas, que deu o Oscar de melhor ator para Matthew McConaughey e, de coadjuvante, para Jared Leto.
Se La La Land confirmar o favoritismo, será o primeiro musical a levar o Oscar de melhor filme desde Chicago, em 2003. Antes desse, os musicais que ganharam o Oscar de melhor filme foram Oliver! (1968), A Noviça Rebelde (1965), Minha Bela Dama (1964), Amor, Sublime Amor (1961), Gigi (1958), Sinfonia de Paris (1951), O Bom Pastor (1944), Ziegfeld – O Criador de Estrelas (1936) e Melodia da Broadway (1929).
O mestre de cerimônias do Oscar 2017 será o comediante e apresentador de talk-show Jimmy Kimmel.