Em um palco circular, com a plateia bem próxima, Roberto Carlos gravou seu tradicional especial de fim de ano. Os shows aconteceram durante as noites de segunda-feira, 7, e terça-feira, 8, nos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro, e contaram com a participação de estrelas consagradas da música popular brasileira. O tom intimista foi reforçado pela ambientação clean, que contou com um telão que contornava todo o estúdio, num show de luzes, texturas e imagens gráficas.
Roberto Carlos deu início à apresentação ao som da clássica Emoções, na companhia da RC9, banda que o acompanha, sob a regência do maestro Eduardo Lages. Outros sucessos, como Amada amante, Outra vez, Olha e Sua estupidez fizeram parte do repertório do Rei. No primeiro dia de gravação, ao chamar a primeira atração, a cantora mirim Rafa Gomes, finalista do The voice kids, Roberto Carlos se mostrou muito impressionado com o talento da menina.
– Quando a vi no programa, fiquei encantado. Pensei: "quero tê-la no meu especial esse ano" – disse.
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Rafa cantou três músicas: História de uma gata, que a destacou no reality, Ben, sucesso na voz de Michael Jackson, e Todos estão surdos, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, encantando também a plateia com seu talento e carisma.
O músico Milton Guedes se apresentou ao lado do Rei tocando gaita.
– Sempre fui fã do Roberto, é inevitável não se lembrar de algum momento da vida com as músicas dele. Sempre toco É preciso saber viver nos meus shows, que me marcou muito – contou o músico.
Para encerrar as gravações do primeiro dia, Zeca Pagodinho fez uma homenagem aos cem anos do Samba com um "pot-pourri" de canções marcantes do gênero: Com que roupa, O Sol nascerá e Se acaso você chegasse. Ao final, cantou o sucesso Caviar.
– Já é a terceira vez que participo do especial. A primeira foi há 30 anos. Mesmo assim, fico nervoso. Cantar com o Rei é muito especial – confessou o sambista.
No segundo dia de gravações, Caetano Veloso e Gilberto Gil subiram ao palco para cantar duas músicas com o anfitrião da noite: Coração vagabundo e Marina morena. Roberto chegou a ficar com lágrimas nos olhos assim que encontrou os amigos.
– É um privilégio estar aqui cantando com eles. Quantos outros artistas gostariam de estar no meu lugar – disse.
– O canto de Roberto atinge muito fortemente o povo brasileiro. Sempre será uma emoção estar perto dele – afirmou Gil antes de se apresentar.
Um pouco depois de Gil e Caetano foi a vez de outra estrela da MPB se apresentar. Marisa Monte cantou com Roberto De que vale tudo isso e Ainda bem, empolgando a plateia com uma dança no final.
– Cresci ouvindo Roberto. Ele era idolatrado na minha casa. É uma referência da vida inteira, uma voz que traz conforto – confessou a cantora.
Mais ao final do show, com os recursos de efeitos especiais, Roberto Carlos pôde cantar e interagir com "Robertinho", sua versão mais jovem. Mexericos da Candinha, Namoradinha de um amigo meu e Eu sou terrível foram as músicas escolhidas para relembrar a época da Jovem Guarda. Outro ponto alto do show foi a apresentação de Quero que vá tudo pro inferno.
– Eu nem me lembro mais quanto tempo faz que cantei essa música pela última vez. Os amigos insistiam para que eu voltasse a cantar – contou o Rei.
No Especial também irá ao ar o clipe da música Chegaste que o artista gravou com a cantora Jennifer Lopez, em Los Angeles, e mais os bastidores do encontro entre os ídolos. Cavalgada e Jesus Cristo encerraram o programa, que será exibido em dezembro, na Globo.
O especial Simplesmente Roberto Carlos tem direção artística de LP Simonetti e direção geral de Mario Meirelles. A direção musical é de Guto Graça Mello e do maestro Eduardo Lages.