O universo do terror nunca foi próximo a Mariana Ximenes. Por isso, a atriz teve de mergulhar em situações que lhe despertassem medo para dar vida à misteriosa enfermeira Bruna de Supermax, série que é exibida toda terça-feira, após Nada será como antes, na RBS TV. Para aqueles que estão acostumados a ver a moça como a alegre Tancinha na novela das sete Haja coração, a surpresa deve ter sido grande ao se deparar com uma atuação completamente diferente.
Na entrevista a seguir, a paulistana de 35 anos fala sobre o que achou do resultado dos primeiros episódios de Supermax; de como foi o trabalho em equipe; como se tornou fã de filmes de terror e se, em algum momento, sentiu medo durante as gravações. Além disso, a atriz opina sobre estar no ar em mais de um projeto ao mesmo tempo e qual é o peso de interpretar a icônica Tancinha.
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O trabalho em Supermax é muito diferente de tudo o que você já fez na sua carreira. O que achou do resultado?
É sempre uma surpresa quando a gente assiste pela primeira vez. Não tinha muita noção de como ia ficar o resultado. Estávamos ali mergulhados em uma ideia e tínhamos apenas uma atmosfera de como poderia ficar. Mesmo pra quem já tinha experiência na televisão, esse projeto foi como pular no abismo de mãos dadas porque a gente não sabia direito sobre a linguagem nem o que estava por vir.
Em Supermax vocês estão lutando pela sobrevivência. Existe um sentimento de grupo?
Por ser um trabalho coletivo, não ter um protagonista e ter gente de todas as tribos, tenho a sensação de que todos aparecem na mesma proporção na série. Sinto que somos um grupo e estamos aprendendo o tempo inteiro. Foi isso que eu levei pra mim.
Antes de Supermax você já gostava de filmes de terror?
Nunca fui muito fã de terror. Comecei a assistir por causa de Supermax e agora estou adorando. Quando era criança nunca assistia, morria de medo. Tenho um irmão que é médico e adora ver sangue, mas eu não posso ver sangue de ninguém. Por conta da série, comecei a assistir aos filmes que eram referência. Dá muito medo! Esqueço que é de mentirinha quando estou assistindo (risos).
Durante as gravações, você sentiu medo em algum momento?
A gente gravou naquela prisão de segurança máxima construída nos fundos do Projac e ficávamos ali isolados. Tiveram momentos em que gravava toda enlameada e, quando tinha que ir para outro lugar tomar banho, as pessoas me olhavam no carrinho toda suja, ensanguentada e perguntavam o que era aquilo. Meu novo figurino era lama e sangue. Durante as gravações, teve uma parte no final da série, que não posso falar o que é para não dar spoiler, que fiquei com medo de fazer.
Além de Supermax, você está no ar como a Tancinha de Haja coração, e também no filme Um homem só. Estar em três trabalhos simultaneamente te leva a pensar em descansar a imagem?
Acho que é uma coisa superpositiva, porque são três trabalhos muito diferentes, de gêneros nada parecidos e com uma caracterização distinta também. Para mim, é uma oportunidade de mostrar versatilidade. É muito curioso porque não foi uma opção lançar tudo junto, foi uma consequência. Mas está ótimo porque na série faço uma enfermeira completamente contida, misteriosa e estranha, num gênero de terror e suspense. Já na novela tenho uma personagem leve, solar, batalhadora, que é muito espontânea. E no filme Um homem só faço a Josie, uma menina meio adolescente, toda ruiva, com sardas e que trabalha em um cemitério para cachorros. Ela é bem mal-humorada e adorável ao mesmo tempo. Como é cinema tem outra linguagem.
E qual é o peso de fazer uma personagem como a Tancinha, que foi marcante para o público na interpretação de Claudia Raia em Sassaricando?
É uma responsabilidade enorme fazer a Tancinha. Fiquei emocionada com o retorno positivo do público. A emoção vem com o arrepio, com uma sensação do coração ficar cheio, porque a Claudia é uma atriz que admiro profundamente. A gente tem uma relação muito profunda, pois ela é uma das minhas melhores amigas. Além de ser uma artista que admiro na posição profissional, ainda tem a relação pessoal, então estava com uma dobradinha de responsabilidade. E ela tornou a Tancinha um ícone, fez dela uma personagem extremamente marcante na dramaturgia brasileira. Fora que a personagem foi uma criação do Silvio de Abreu, que me deu um dos meus melhores papeis da vida que foi a Clara de Passione. E ainda tem o Daniel Ortiz envolvido, que está transpondo essa adaptação.