A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro publicou, na última sexta-feira, uma nota de repúdio à minissérie Justiça, transmitida pela Globo. Assinado pelo Coordenador de Comunicação Social do órgão, coronel Oderlei Santos, o texto questiona a escolha de um policial no papel de vilão: "Justamente aquele profissional que defende a sociedade com a própria vida; justamente aquele profissional que zela pela segurança do cidadão; justamente aquele profissional que garantiu a tranquilidade dos Jogos Olímpicos".
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Na minissérie, o personagem Douglas (Enrique Diaz) é um policial militar que planta drogas na casa de sua vizinha Fátima (Adriana Esteves) como vingança por ela ter matado seu cachorro. "Esse tipo de programa (...) deseduca o cidadão. Estimula o desrespeito à Polícia", diz a nota. "O que estará pensando a viúva ou um órfão de um Policial, herói de verdade, que perdeu sua vida no combate ao crime? O que estará pensando o filho de um Policial, herói de verdade, que ficou paraplégico na luta contra o crime?", questiona o coronel.
Como forma de protesto, a instituição pede boicote à minissérie: "Aos Policiais Militares e seus familiares é sugerido que façam o que de melhor pode ser feito diante de um programa de péssimo gosto e pouca criatividade: MUDEM DE CANAL".
Em nota, o departamento de comunicação da Globo afirmou que Justiça "não tem a intenção de ofender qualquer profissão ou instituição". A emissora responde que se trata de uma obra de ficção – o que é sinalizado ao final de cada capítulo – e que não "tem a intenção de ofender qualquer profissão ou instituição". Ainda segundo a Globo, a minissérie não é sobre a polícia, mas sobre "quatro histórias independentes que se conectam e que têm em comum um fato dramático acontecido em uma mesma noite de 2009".