Ao longo da carreira, Malu Mader fez mais papéis dramáticos do que cômicos. Longe das novelas desde 2013, quando interpretou Rosemere em Sangue Bom, a atriz retorna aos folhetins em Haja Coração, trama das sete exibida pela RBS TV, para dar vida à Rebeca, uma mulher elegante que, após a morte do marido, volta ao Brasil sem dinheiro. Malu admite que gosta de comédia, embora não esteja tão habituada a este tipo de trabalho. Mesmo assim, garante, está preparada para criar situações cômicas ao lado de Ellen Rocche e Carolina Ferraz.
– Tem coisa melhor do que divertir as pessoas? Há muita gente que faz isso com maestria e eu, normalmente, não sou convidada para fazer comédia. Ao longo da minha vida, fiz mais drama do que comédia. Se me acho divertida? É difícil ter uma opinião tão precisa a respeito da gente mesmo, mas alguns amigos me acham engraçada. Não sei se é generosidade deles. Quando a gente está com quem gosta, enxergam o nosso melhor – salienta Malu.
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Em Haja Coração, Malu faz o papel do grande amor de Aparício (Alexandre Borges), que a largou para se casar com a rica Teodora Abdala (Grace Gianoukas). Por sua personagem não fazer um humor pastelão, a atriz está confiante no resultado das cenas, que tendem para uma comédia de situação.
– É uma novela cômica. O meu lado não é aquela comédia rasgada. É mais uma comédia romântica, o que me agrada bastante. É uma área que eu acho que posso ir tranquila – diz.
Com uma lista longa de mocinhas românticas, Malu diz que esse tipo de papel nunca a incomodou por terem sido grandes oportunidades. Ela acredita que um ator é construído a partir das histórias das quais participa. Por isso, conta que trabalhar com autores que admira, como Gilberto Braga, Cassiano Gabus Mendes, Walther Negrão e Antônio Calmon, a deixa muito satisfeita.
Atriz ficou marcada por personagens fortes
Para Malu, o que ajuda um ator a fazer um bom trabalho é acreditar plenamente no projeto em que está inserido. Com a intenção de emocionar e propor reflexão, gosta de personagens que toquem seu coração e que, de alguma forma, sejam significativos como em Anos Dourados e Anos Rebeldes.
– Foram minisséries feministas. As personagens começam de um jeito e terminam de outro completamente diferente por causa das experiências pelas quais passam. Em 1950, as mulheres eram discriminadas por fumar, por serem desquitadas. Anos Rebeldes foi no período dos caras pintadas. Então, foram trabalhos de relevância – avalia.
Em setembro, Malu completa 50 anos, o que não a preocupa, pois acha que envelhecer é difícil para qualquer pessoa. Com leveza e tranquilidade, a atriz diz que, além de atuar, gostaria de ter novas experiências como diretora. Ela já esteve à frente de um documentário sobre a vida da artista plástica Maria Martins, de um programa para o Multishow e até entrou como estagiária na equipe de José Luiz Villamarim, diretor de O Rebu.
– Quero aprender, porque encarar um filme de ficção dirigindo não é fácil. Até grandes diretores demoram para se aventurar. Nunca fantasiei dirigir novela. Sempre me imagino dirigindo uma obra fechada – confessa.