Na próxima terça-feira, o canal Viva vai estrear uma versão atualizada do TV Mulher, programa que marcou as manhãs entre 1980 e 1986. Quem estará à frente da atração será a jornalista Marília Gabriela. No Rio Grande do Sul, nos anos 1980, Balala Campos e José Paulo Bisol comandaram o programa. Depois, foram substituídos por Maria do Carmo Bueno. Abaixo, Balala fala sobre sua passagem pelo TV Mulher.
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A construção do novo feminino
*Balala Campos, Jornalista e apresentadora do TV Mulher/RS de 1980 a 1984
O programa TV Mulher, que a RBS TV estreou em agosto de 1980, nas manhãs porto-alegrenses, foi um marco na televisão brasileira. Inovador e audacioso, foi o primeiro espaço feminino a contemplar a mulher moderna, livre, encarada como ser pensante e partícipe da vida social, política e econômica do país. Com uma grande audiência, a atração mixava quadros produzidos em São Paulo, sob o comando de Marília Gabriela, com outros de produção local.
Os aniversários do programa eram uma grande festa. Semanas antes, os ingressos estavam esgotados para a apresentação ao vivo do TV Mulher, no Auditório da Assembleia Legislativa, ao qual eram convidadas importantes atrações nacionais, que incluíam os comentaristas de São Paulo e alguns cantores famosos.
Entre os muitos quadros, Marta Suplicy, então sexóloga, liderava o Comportamento Sexual, abordando o tema de uma forma direta e inusitada, numa postura às vezes contestada pelas alas mais conservadores.
Em meio a panelas, sexo, economia e moda, o TV Mulher cumpriu importante trajetória, auxiliando na construção de espaços para a mulher brasileira que, 30 anos depois, ocupa cargos como presidente da República, prefeita, governadora, reitora e diretora de grandes empresas. Ainda há muito a construir e a lutar para que uma parcela maior de mulheres brasileiras consigam seus direitos e espaços.
Mas, como nada é eterno, em 1986, descobriu-se que as crianças davam mais audiência nas manhãs televisivas, e surgiu a Xuxa na Globo, com sucesso de várias décadas.
