— Os artistas são os primeiros a parar e os últimos a recomeçar — diz Cida Pimentel, salientando que o setor cultural foi duramente afetado pela tragédia pela qual o Estado está passando.
E por entender como a classe artística é prejudicada em momentos de crise, seja com as enchentes e, até pouco tempo atrás, com a pandemia, que a produtora cultural, em parceria com Joka Alovisi, criou a Ajuda para Todos os Artistas do Rio Grande do Sul (Apta RS). A ideia da dupla é apoiar, de maneira emergencial, os artistas que foram afetados pelas enchentes que assolaram o Estado nas últimas semanas.
Segundo Cida, em um primeiro momento, a estimativa é de que, pelo menos, 6 mil artistas gaúchos possam estar precisando de ajuda — e eles podem ter sido afetados de várias formas, seja por não conseguirem se apresentar até os que perderam os seus bens materiais para as águas. Desta forma, a Apta RS pretende, pelo menos, pelos próximos três meses, arrecadar o máximo possível para distribuir para quem necessita. Para ajudar, basta entrar no apoia.se/apta-rs ou, então, fazer um PIX para artistas-rs@apoia.se. e fazer uma doação.
As doações serão feitas mensalmente e, para os artistas que precisam deste apoio, um formulário online foi disponibilizado. No momento do preenchimento, será necessário colocar dados básicos, comprovar atuação na área — seja com matérias jornalísticas ou flyers — e a impossibilidade de desempenhar funções ligadas aos eventos. O projeto também pretende fazer uma busca ativa, indo atrás de todos os artistas do Estado, até aqueles que não preencheram o formulário, para oferecer ajuda e repartir o valor arrecadado.
— Todo mês, a gente vai fazer o bolo de quanto deu e dividir igualmente entre os artistas cadastrados. E isso vai ocorrer já no primeiro mês, porque a fome, o aluguel, a luz e a água não têm paciência. Por isso, a gente teve pressa e estamos fazendo isso via sociedade privada, para não ter burocracia, mas com rapidez, simplicidade e transparência — aponta Cida.
Inicialmente, o projeto é focado em ajudar pessoas que atuam na música, no teatro, no circo e na literatura, mas as produtoras garantem que não vão excluir ninguém da classe que esteja precisando. Mesmo que não seja possível, ainda, dimensionar o tamanho das perdas, devido ao nível das águas em muitos lugares ainda estar alto, a ideia é amparar o quanto antes os artistas do Estado, pensando em dar suporte para o recomeço das atividades.
— A gente precisa muito levar esta iniciativa para fora do Estado. Não adianta pedir para os gaúchos, porque, aqui, está todo mundo precisando. Não pode tirar de quem não tem. Eu já mandei para os produtores de fora do país que conheço. É mensagem na garrafa. Em todo lugar, tem artista que está em melhor situação do que os nossos — reforça Cida.
A Apta RS conta com o apoio do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões no Estado do Rio Grande do Sul (Sated/RS) e da Associação dos Músicos do Rio Grande do Sul (Assmurs). A prestação de contas será feita pelas duas produtoras culturais que encabeçam a iniciativa.