Entre os assuntos mais comentados no mundo, a inteligência artificial (IA) é o primeiro tema do Fronteiras do Pensamento 2024. O ciclo de conferências traz a Porto Alegre o britânico Stuart Russell, notório por seu conhecimento sobre IA e por defender uma tecnologia que sirva o ser humano, e não que se desenvolva tanto a ponto de ameaçar a humanidade. A palestra será nesta terça-feira (30), às 20h, no Teatro Unisinos (Av. Dr. Nilo Peçanha, 1.600), em Porto Alegre. Os ingressos para a temporada podem ser adquiridos pelo site fronteiras.com.
Doutor em Ciências da Computação pela Universidade de Stanford e professor titular na Universidade da Califórnia, em Berkeley, Russell é autor do livro Inteligência Artificial a Nosso Favor (Companhia das Letras, 2021), em que ressalta as ameaças da inteligência artificial e examina como podemos repensar a criação de máquinas cada vez mais autônomas para trabalhar de acordo com os objetivos da humanidade.
— Se tornarmos esses programas mais inteligentes do que os seres humanos, eles vão conseguir atingir os objetivos que estabelecemos para eles. Mesmo que esses objetivos signifiquem a extinção da raça humana — reforçou o pesquisador em entrevista recente concedida a Sofia Lungui publicada em Zero Hora e GZH.
Seguindo alguns princípios, é possível contornar esses problemas, defende Russell. O fundamental é que a inteligência artificial seja desenvolvida exclusivamente com o objetivo de promover os interesses humanos. Outro ponto importante é que o sistema saiba que ele não tem conhecimento de quais são esses interesses humanos, que fique incerto sobre isso e, por fim, que passe a aprender sobre o comportamento das pessoas.
— As máquinas precisam aprender sobre preferências dos humanos, o que fazemos e o que não fazemos, e precisam aprender isso por meio de orientações dos humanos. Esses são os três princípios, e podemos formular algoritmos baseados nisso. Se o algoritmo for capaz de respeitar esses princípios, as ferramentas serão cada vez melhores e ficaremos mais felizes. Por outro lado, seguindo o modelo padrão, se você definir o objetivo errado, quanto mais o sistema de IA avançar, menos satisfeitos ficaremos, porque o programa vai se esforçar cada vez mais para alcançar o objetivo errado — reflete Russell.
Curador do Fronteiras do Pensamento, o cientista político Fernando Schüler declarou, em entrevista, que considera pertinente que a edição deste ano traga como tema a pergunta "Quem está no controle?", já que o avanço da tecnologia na primeira década do século 21 começou a mostrar que, apesar do otimismo, algo no uso da internet e das redes sociais começou a gerar desconforto e até medo nos seres humanos.
Depois de Stuart Russell, os próximos convidados serão a romancista francesa Muriel Barbery (5 de junho), o analista da crise das democracias Yascha Mounk (10 de julho), o economista norte-americano que mapeou as 10 mega-ameaças para a humanidade Nouriel Roubini (7 de agosto), a psiquiatra norte-americana que é autoridade em dependência química Anna Lembke (18 de setembro) e o especialista em história Simon Sebag Montefiore (30 de outubro).
Além de assistir aos encontros presenciais, os participantes também terão acesso posteriormente à gravação das conferências. Quem adquirir ingressos para a temporada 2024 tem desconto para assinar o Fronteiras+, canal com acesso a conferências, entrevistas, documentários e ao Mundo Livro, o clube de leitura do Fronteiras. Os participantes da temporada recebem certificação da universidade, valendo como créditos de curso de extensão. Com 18 anos de história, o Fronteiras do Pensamento impactou um público superior a 300 mil pessoas em mais de 300 conferências.
Fronteiras do Pensamento tem o patrocínio de Unimed, Corsan, Sulgás e Banco Topázio, patrocínio acadêmico da Unisinos, parceria institucional de Instituto Unicred, Fractal Educação, Hospital Moinhos de Vento, Icatu Seguros e prefeitura de Porto Alegre, neutralização de carbono Greener, promoção do Grupo RBS e realização da Delos Bureau, uma empresa DC Set Group.