Atingido por um telão durante um show em Hong Kong em 28 de julho, o dançarino Mo Li Kai-yin, do grupo Mirror, deve ficar, no mínimo, mais nove meses internado. O artista de 27 anos acordou do coma no último dia 7 de agosto, mas corre risco de perder os movimentos do pescoço para baixo.
Conforme informou o portal South China Morning Post, Mo Li permanece em terapia intensiva. Atualmente, ele segue em ventilação mecânica e está incapaz de falar após passar por uma traqueostomia. O pai dele, Derek Li Shing-lam, contou ao portal que seu filho conseguiu estabelecer uma forma simples de se comunicar.
Até o momento, o dançarino passou por três operações: duas no pescoço para descomprimir e estabilizar duas seções de sua coluna cervical, e a traqueostomia. Foram feitos dois tipos de testes no artista, para ver se ele consegue piscar e mover os ombros.
Uma fonte do jornal informou que Li sofreu lesão em três vértebras, incluindo as vértebras C3 e C4, que estão "completamente danificadas". O ortopedista Law Sheung-wai, que não está envolvido no tratamento do dançarino, disse ao Post que pacientes com ferimentos do tipo só são capazes de manter a função de mobilidade de seus ombros. Ele afirmou também que uma avaliação sobre a mobilidade dos membros costuma ser feita após seis meses.
Acidente "evitável"
O incidente foi registrado em diversos vídeos. Na ocasião, um telão de mais de 540 quilos que estava sobre os dançarinos despencou enquanto eles se apresentavam. Além de Mo Li Kai-yin, seu colega de grupo Chang Tsz-fung também se machucou e chegou a ser hospitalizado, mas já recebeu alta.
Nesta segunda (15), o chefe do principal corpo de engenharia de Hong Kong, Aaron Bok Kwok-ming, declarou que o telão não teria caído se cuidados especializados suficientes tivessem sido tomados na instalação.
— Esse acidente não deveria ter acontecido. Isso era totalmente evitável — disse.
Uma apuração inicial mostrou que a queda do telão foi provocada pelo rompimento de um cabo de metal que o segurava. Segundo exames, o fio mostrava sinais de fadiga do metal.
Segundo Bok, o telão deveria ter sido suspenso com mais fios de metal, de modo que não caísse mesmo que um fio se quebrasse:
— Não deveria haver um grupo de artistas dançando sob a tela de vídeo suspensa e em movimento durante o show. Quando a tela estava se movendo, teria criado um carregamento muito maior do que em um estado estático.