Muito diferente dos funks mais conhecidos que usam palavras pouco ortodoxas e mais explícitas, o ritmo de MC Tha traz letras sobre umbanda, empoderamento e paixões desenfreadas. "Para quem não me conhece, sou MC Tha. Minha música mescla o funk com os ritmos afro-brasileiros. Sou da Cidade Tiradentes, aqui de São Paulo e estou muito feliz de estar aqui", apresentou-se a cantora.
Coração Vagabundo, segunda musica escolhida para tocar nos palcos e uma das favoritas dos fãs, animou o público e confirmou a abertura oficial do segundo dia do festival. "Ela é uma das artistas que eu vim assistir mesmo, além da Miley Cyrus. Mas eu já acompanho o trabalho dela há uns anos e sou completamente apaixonado. Sou de Brasília e já assisti um show dela lá, mas fiz questão de ver hoje também", disse Yedo Soares, de 30 anos.
Para não curtir o som sozinho, o brasiliense trouxe sua amiga Camila Silva, 16 anos, de Manaus. "Eu não a conhecia, mas eu estou amando. Eu achei muito legal que ela traz o sincretismo e ela é toda performática. Está sendo muito bom assistir", diz ela.
Depois de algumas músicas, ousou no visual de macacão esvoaçante com seu óculos estilo juliet e deixou o funk mais pesado começar, com a música Comigo Ninguém Pode, do álbum Rito de Passá (2019) - o que foi muito bem recebido pelo público.
Em todas as músicas, a percussão era bem marcante, mas foi com Ponto de Iemanjá que se destacou. Para baixar a energia do pessoal, uma vez que o show já estava quase chegando ao fim, a funkeira fez uma apresentação quase à capela.
A cantora dedicou a apresentação pra vida das pessoas que partiram por conta do vírus da covid-19 e agradeceu a Iemanjá por "nos ajudar a seguir firme". "Muito obrigada por esse show especial que tava marcado desde 2020, mas tudo acontece no seu tempo. Até a próxima", disse MC Tha, emocionada. Encerrou os trabalhos com Ritó Passá, título que leva o nome de seu último álbum.