Liberdade feminina sem data de validade
O livre arbítrio e as escolhas de vida são os grandes assuntos de Filhas de Eva, nova série do Globoplay. Antes prevista para fevereiro, a estreia da produção foi remarcada para hoje, celebrando o Dia Internacional da Mulher, como uma forma de discutir a feminilidade através de uma trama reflexiva.
Em Filhas de Eva, as vidas de Stella (Renata Sorrah), Lívia (Giovanna Antonelli) e Cléo (Vanessa Giácomo) são entrelaçadas na festa de Bodas de Ouro de Stella e Ademar (Cacá Amaral), quando mulher percebe o quanto aquela moça otimista e destemida das fotos antigas, exibidas em um grande telão, perdeu-se. Ao não se reconhecer, ela não consegue se conter: pede o divórcio.
— O casamento não vem perdendo espaço entre as mulheres com mais de 60 anos, apenas vemos que não é mais a única opção de felicidade para elas. Na série, a preocupação é social: ela não consegue encontrar trabalho. Pessoas acima de 60 anos devem ter oportunidades de trabalho e de aposentadoria dignos, e isso não acontece no Brasil — destaca Renata Sorrah, em entrevista por e-mail a GZH.
Debate
A decisão de Stella interfere na vida de todos a sua volta. A filha dela, Lívia, além de lidar com a separação dos pais, sofre por não ter o controle da vida afetiva que idealizou mesmo com uma carreira profissional sólida.
Já Cléo, que foi responsável pela produção do bolo da festa, tem baixa autoestima e precisa garantir teto e sobrevivência antes de pensar em qualquer realização pessoal.
Para Renata, a série ajuda a discutir, em meio às tramas, a importância dos movimentos negro, feminista e LGBT+ no Brasil.
— Sabemos que somos um país racista, homofóbico, misógino e transfóbico. Eu sempre fui alguém que se posicionou contra essas fobias e é bom que temos reações potentes a esses retrocessos. A série fala disso tudo em alguns momentos e assim me senti impulsionada a fazer esse trabalho com muita força, vontade e alegria — garante a atriz.
Taís Araújo no Roda Viva
Primeira protagonista negra em uma novela da Globo, Taís Araújo é a entrevistada do Roda Viva. O programa vai ao ar hoje, às 22h, na TV Cultura. Além de falar do fato histórico na teledramaturgia, quando atuou em Da Cor do Pecado, em 2004, Taís deve conversar a respeito de Amor de Mãe, novela das nove em que vive a advogada Vitória. A atriz de 42 anos já atuou em mais de 20 novelas e apresentou programas como Popstar e Saia Justa.
Pioneira na história do cinema
Hoje, a partir das 22h, o canal pago Telecine Cult exibe o documentário Alice Guy-Blaché: A História Não Contada Da Primeira Cineasta Do Mundo. Com direção de Pamela B. Green, o longa recompõe a trajetória de Alice Guy-Blaché, primeira mulher a dirigir um filme na história e que, inclusive, esteve presente na sessão dos irmãos Lumière, em 1895.
Seu olhar narrativo foi fundamental para perceber que as produções cinematográficas tinham o poder de contar histórias e não apenas capturar registros do cotidiano. Na carreira de Guy-Blaché estão mais de mil curtas e longas dos mais variados gêneros.
Mostra fotográfica La Femme
Entra em cartaz hoje a exposição fotográfica La Femme, de Simone Schlindwein. Resultado do trabalho da artista com ensaios fotográficos de gestantes e recém-nascidos, a mostra propõe reflexões sobre a feminilidade a partir da geração de vida. A curadoria é do cantor e compositor Bebeto Alves.
Em formato virtual, as obras podem ser conferidas gratuitamente em saoleofotografia.46graus.com.
Lançamento de Elza
Um dos maiores símbolos da luta feminina no Brasil, Elza Soares acaba de lançar o single Nós em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Regravação da canção de Tião Carvalho, Nós foi produzida por Rafael Ramos e conta com a participação de Kiko Dinucci (guitarra), Rodrigo Tavares (teclado e synth) e Felipe Pacheco (arranjo de cordas, violino e viola).
A canção e o videoclipe, dirigido por Pedro Hansen, podem ser conferidos em todas as plataformas digitais.