Parados desde março, os profissionais que atuam no setor de eventos estão mobilizados para apresentar ao poder público e à sociedade todos os protocolos de segurança sanitária adotados para a retomada das atividades, assim que elas forem liberadas. Nos dias 11 e 13 de setembro, Porto Alegre terá dois eventos-teste, devidamente autorizados pela prefeitura, com esse objetivo: um encontro de negócios e um show.
A ideia faz parte de uma união de esforços do Grupo Live Marketing RS, que reúne empresas e trabalhadores desse segmento, e do Porto Alegre & Região Metropolitana Convention & Visitors Bureau (POACVB).
— O Grupo Live Marketing estava fazendo uma proposição de melhorias, de protocolos e, ao mesmo tempo, as entidades ligadas ao POACVB estavam fazendo um movimento de eventos-teste para servir de qualificação para o setor. No meio desse caminho, nos unimos — conta Adriane Hilbig, presidente do POACVB.
Além dos protocolos, as organizações desenvolveram os dois eventos que serão realizados na próxima semana. Na tarde de sexta-feira (11), a Fiergs vai sediar um evento de negócios, com palestra e feira com apenas seis expositores. Serão, no máximo, 180 participantes presenciais, mais 500 online, detalha Adriane. Além disso, está prevista a presença de convidados, que não poderão extrapolar o limite de 270 pessoas no total do evento, a ser realizado no hall do local.
A partir do sábado (12), o Auditório Araújo Vianna começa a ser preparado para receber um show, marcado para o dia seguinte (13). O processo vai acontecer em etapas, explica Rodrigo Machado, sócio-diretor da Opinião Produtora, que administra o espaço, e um dos líderes do Grupo Live Marketing RS: a equipe de luz entra, faz seu trabalho e sai, dando espaço para o grupo seguinte realizar a montagem, sucessivamente. Por fim, o artista faz a passagem de som.
— Fizemos questão que técnicos de saúde acompanhem a montagem. No outro dia, começamos a treinar a equipe do receptivo para abrir as portas por volta das 17h.
Na ocasião, os 400 convidados — a capacidade do auditório é superior a 3 mil pessoas — assistirão a um show do cantor Serginho Moah.
— A gente criou todos esses protocolos e quer mostrar para as autoridades: "Olhem como se executa para vocês verem que não tem problema". Lógico, que a gente não quer um evento de 3 mil pessoas, porque isso é um risco, queremos abertura gradual — defende Ana Leite, que também é membro do Grupo Live Marketing RS.
Mesma página
Em coro, os representantes do setor sustentam que o controle dos eventos é muito mais rigoroso do que o oferecido por shoppings ou restaurantes, por exemplo. Em um show ou feira, argumentam, é possível ter acesso aos contatos de quem comprou o ingresso, rastrear o local onde a pessoa sentou e saber a hora que entrou.
— Não queremos que ninguém feche, mas queremos abrir como eles (restaurantes e shoppings). Somos mais penalizados — defende Machado, acrescentando que essas informações serão disponibilizadas para a Secretaria Estadual da Saúde.
Para o show do dia 13, tanto equipes quanto o artista trabalharão de forma voluntária, a fim de mostrar que é possível realizar um evento com segurança durante a pandemia.
Alguns dos pontos que fazem parte do protocolo são: o distanciamento de 1,5m entre as pessoas, saída exclusiva e entrada exclusiva, eventos sem pista de dança, lugares marcados e venda de ingressos online mediante preenchimento de dados para futuro rastreamento, entre outros.