Nesta sexta-feira (seis), no Auditório Araújo Vianna, em Porto Alegre, e neste sábado (sete), na Praia dos Molhes, em Torres, Diogo Nogueira deixará ainda mais fortes seus laços com o povo gaúcho. Nos shows, ele lança o disco Ao Vivo em Porto Alegre (R$ 30, preço médio no formato físico, também disponível nas plataformas digitais), gravado no próprio Araújo Vianna em agosto de 2019. Em 2005, ele chegou a morar por aqui durante seis meses. Na época, depois de participar de campeonatos amadores de futebol, no Rio, resolveu aceitar o convite de um amigo para fazer teste no Cruzeiro, hoje com sede em Cachoeirinha. Depois de fazer a pré-temporada com o time, recebeu um convite para assinar um contrato, mas uma grave lesão no joelho o obrigou a desistir do futebol.
Nesta entrevista, Diogo relembra momentos de sua estada por aqui, explica os motivos que o levaram a gravar o disco na Capital e adianta o repertório que apresentará, com base nas canções do show Tá Faltando o Quê?, como Pé na Areia e Coisa Boa, além de sucessos de Djavan, Martinho da Vila, Caetano Veloso, Zeca Pagodinho e de seu pai, João Nogueira (1941-2000).
Qual é a tua expectativa para esta apresentação, tendo em vista que será o show de lançamento de um álbum gravado em Porto Alegre?
Que alegria voltar a Porto Alegre, cidade em que já morei, na qual fiz vários amigos e shows importantes. Estou muito animado, pois resolvi homenagear essa terra que me acolheu tão bem. A gravação teve casa lotada. Mas, como o melhor show é sempre o próximo, quem for ao Araújo Vianna para o lançamento do novo álbum vai poder cantar comigo todas as músicas.
E como surgiu a ideia de gravar um disco por aqui?
Tenho rodado por todo o Brasil com um show que funciona muito bem, mesmo para diferentes plateias. O repertório é campeão, matador, e, após vários shows, pensei que deveríamos gravar e eternizar essas canções nos arranjos que a gente tocava. Não tive dúvidas em escolher Porto Alegre para ser o local desse registro tão importante para mim. Desde o início da minha carreira, o público gaúcho me prestigia, e essa foi a minha forma de retribuir esse carinho.
Que lembranças tu guardas do período em que moraste em Porto Alegre?
Tenho grandes amigos aí, onde mora minha irmã, Valéria. Lembro com carinho da época em que joguei no Cruzeiro, de minha luta para me tornar jogador, minha mudança de cidade, do dia a dia puxado de todo garoto que deseja ser jogador. Mas também trago a lembrança da lesão no joelho que me tirou dos gramados e me colocou nos palcos. Tudo faz parte de um plano de Deus para nossa vida, e só tenho que agradecer.
O artista tem de ser livre para fazer o que ele quiser. Quem sentir vontade de se engajar mais, que se engaje. A arte por si só é uma forma de engajamento.
Como tu, que compões para escola de samba, enxergaste diversos enredos do Carnaval deste ano falando de temas políticos? Criticaram a desigualdade social, a violência contra os jovens negros...
O samba sempre foi a crônica do dia a dia, a forma de o povo expressar o sentimento de quem constrói de verdade o Brasil. Não podemos deixar de falar sobre tanta coisa que precisa ser dita. Fazer isso em forma de arte, de poesia, é ainda mais forte. Como Geraldo Vandré dizia, são as “flores vencendo os canhões”.
Como vês o papel social e político do artista, a relação dele com as periferias e os movimentos sociais?
O artista tem de ser livre para fazer o que ele quiser. Quem sentir vontade de se engajar mais, que se engaje. A arte por si só é uma forma de engajamento.
Diogo Nogueira em dose dupla:
—Porto Alegre, nesta sexta-feira (seis), às 21h, no Auditório Araújo Vianna (Av. Osvaldo Aranha, 685), em Porto Alegre.
Ingressos de R$ 75 a R$ 180 (segundo lote, solidário, mediante a doação de um quilo de alimento não perecível) e de R$ 140 a R$ 350 (segundo lote, inteiro), à venda neste site Desconto de 50% sobre o preço do ingresso inteiro para sócios do Clube do Assinante e um acompanhante.
— Torres, neste sábado (sete), às 21h, na Praia dos Molhes (Praça da SAPT, Av. Beira-Mar, s/nº, com entrada franca.