O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se pronunciou nesta sexta-feira (17) sobre o vídeo em que Roberto Alvim parafraseia uma fala de Goebbels, o ministro da comunicação de Hitler.
Pelo Twitter, o político pediu o afastamento do dramaturgo. "O secretário da Cultura passou de todos os limites. É inaceitável. O governo brasileiro deveria afastá-lo urgente do cargo", escreveu no Twitter.
A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada
ROBERTO ALVIM
Secretário da Cultura do governo Bolsonaro
O vídeo que gerou toda a polêmica foi publicado na noite de quinta-feira (16) pela Secretaria Especial da Cultura do governo Bolsonaro para divulgar o Prêmio Nacional das Artes. Nele, Alvim repete frases de um discurso de Goebbels ao som da ópera Lohengrin, de Richard Wagner, obra que Hitler afirmou ter sido decisiva em sua vida.
— A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada — diz o secretário.
A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada
JOSEPH GOEBBELS
Ministro de Cultura e Comunicação de Hitler
De acordo com o livro Goebbels: a Biography, de Peter Longerich, a fala do nazista foi a seguinte:
— A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada.
Alvim, no entanto, afirmou que as similaridades entre as falas foram uma "coincidência retórica" e que os ataques ao seu discurso são parte de uma "falácia da esquerda". Sobre a fala do nazista, no entanto, ele afirmou que "a frase é perfeita".