Para o ouvinte mais desavisado, o Panic! at The Disco é uma banda emo, que fez sucesso nos anos 2000 com um pop punk radiofônico e estética gótica. Nesta quinta-feira (3) de Rock in Rio, eles mostraram que, hoje, são um grupo pop.
Da formação original, de 2004, só sobrou o vocalista Brendon Urie, que toma para si todos os holofotes no palco. O setlist foi baseado nas músicas mais conhecidas desta década, desde o disco Vices & Virtues, de 2011, até o mais recente, Pray For the Wicked, do ano passado.
Apelando à conexão histórica do Queen com o Rock in Rio, o Panic puxou Bohemian Rhapsody, clássico dos anos 1980 que o público recebeu com entusiasmo. A banda toca o cover desde as turnês do primeiro disco, A Fever You Can't Sweat Out, de 2005, mas no festival a música ganhou contornos épicos com a multidão cantando junto. Assista:
Com ajuda de instrumentos de corda e sopro, o Panic mostrou versões orgânicas de hits, como Ready to Go e Girls/Girls/Boys. A apresentação teve momentos dançantes, com Hey Look Ma, I Made It, LA Devotee e a sugestiva Dancing's Not a Crime.
A banda também explorou seu lado mais teatral na dobradinha Crazy = Genius e The Ballad of Mona Lisa. Urie não economizou em agudos extremos, em performances vocais sempre dedicadas, mesmo encontrando alguma resistência no público.
Da fase emo, o Panic tocou apenas Nine in the Afternoon e I Write Sins Not Tragedies, seus maiores hits dos anos 2000. O show acabou com Say Amen e High Hopes, dois singles recentes.