O prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), evitou, pelo segundo ano consecutivo, o desfile das escolas no Sambódromo carioca. Ele partiu na noite de domingo (11), primeiro dia das apresentações do Grupo Especial, para viagem oficial à Europa, que inclui passagens por Alemanha, Áustria e Suécia. Voltará na quinta-feira.
Criticado em 2017, seu primeiro ano no cargo, por não comparecer à Passarela do Samba durante o maior evento da cidade, o prefeito, bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, chegou a anunciar que este ano iria ao evento. A igreja condena a festa. Nos últimos dias, porém, assumiu postura e discurso contraditórios com o anúncio. Minimizou a importância do Carnaval e, após hesitação e informações desencontradas, participou da tradicional entrega da chave da cidade ao Rei Momo, na semana passada. Quem a entregou, porém, não foi Crivella, que evitou tocar no instrumento.
Em vídeo publicado em sua página oficial no Facebook, ele explica que vai à Frankfurt, na Alemanha, conhecer a Agência Espacial Europeia (ESA) e empresas que fornecem tecnologia de segurança. O objetivo, afirma, é implantá-las no Centro Operações Rio (COR), órgão da prefeitura que monitora clima e trânsito.
"A viagem é para trazer soluções inovativas, tecnologia para melhorar a nossa segurança. Mas quinta-feira a gente está de volta. Só estamos aproveitando essa folguinha do carnaval para ir buscar uma coisa que o Rio está precisando. É claro que o Rio de Janeiro tem a Guarda Municipal, tem a Polícia Militar, tem a Força Nacional de Segurança, a Polícia Rodoviária, a Polícia Federal. Todos são muito importantes, mas nós precisamos também de tecnologia para trazer coisas boas e melhorar a segurança do Rio", disse o prefeito no vídeo.
A comitiva municipal é formada pelo chefe executivo do COR, Guilherme Sangineto; pelo diretor-presidente da Empresa Municipal de Informática (IplanRio), Fábio Pimentel de Carvalho; e uma pessoa identificada por Crivella apenas como coronel da Polícia Militar.
O prefeito fez questão de ressaltar que "todos os cuidados foram tomados para que o Carnaval carioca seja incrível". Antes do Carnaval de 2018, Crivella foi acusado de ser um prefeito "anticarnavalesco", por ter cortado pela metade a subvenção às escolas de samba. O prefeito nega: diz que, devido à crise, precisou redirecionar verbas para setores mais prioritários, como creches.
Em seu desfile no domingo, a Mangueira criticou o corte de verbas para o Carnaval e colocou um carro alegórico que representava o prefeito como Judas.