A notícia do cancelamento da exposição Queermuseu – Cartografias da Diferença na Arte Brasileira, divulgada no início da tarde do último domingo, virou trend topic (recurso que mede a popularidade de um assunto no Twitter). Por volta das 22h de domingo, cerca de 12 mil usuários estavam ativos e participavam de discussões na rede social. O total de tuítes já marcava 33 mil. Menos de 20 horas depois, o volume de tuítes e de usuários quadruplicou.
De acordo com Fábio Malini, professor da Universidade Federal do Espírito Santo e coordenador do Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura (Labic), o assunto possivelmente não viraria trend topic se tivesse ficado restrito à esfera cultural. O aumento do número de usuários ativos foi consequência direta da transformação de um fato em um debate político polarizado.
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O Santander Cultural, informou que observou um aumento no volume de postagens sobre o assunto nas redes sociais do banco já na tarde da quarta-feira. Os dados apresentados por Malini a pedido da reportagem de Zero Hora mostram que o link mais compartilhado no Twitter remetia ao site Terça Livre – conhecido por divulgar notícias alinhadas com movimentos conservadores. Por volta das 14h de sábado, o coletivo publicou um texto no site e um tuíte contrários ao conteúdo da mostra. Também no sábado, um grupo intitulado Resistência Conservadora organizou um evento no Facebook chamado de “ato de reparação”. O encontro estava marcado para as 18h, em frente ao prédio do banco. Antes de o assunto se transformar em trend topic, as principais críticas eram em relação à questão religiosa.
