Um dos mais prestigiados editais artísticos e culturais públicos do Brasil, o Rumos teve sua 18ª edição apresentada à imprensa na segunda-feira, na sede do Itaú Cultural, em São Paulo. Mais de 50 jornalistas compareceram à coletiva em que foram apresentadas as diretrizes do Rumos 2017 – 2018, plataforma de fomento a projetos de arte e cultura cujas inscrições estão abertas desde ontem no site rumositaucultural.org.br.
Segundo Eduardo Saron, diretor do instituto, a próxima edição do programa distribuirá cerca de R$ 15 milhões entre os selecionados. Desde 2013, o Rumos aboliu a divisão por categorias: podem ser inscritos projetos ou trabalhos sobre arte e cultura brasileiras em qualquer expressão artística ou intelectual, apresentados ou desenvolvidos em todos os tipos de suporte, formato, linguagem ou mídia. Não há valor mínimo ou máximo para os projetos.
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– Nossa ideia foi romper barreiras com uma diversidade potente. Foi uma forma de se reorganizar a partir do "modus" com que a própria arte se apresenta. O belo é a diversidade – explicou Saron.
O evento contou com a presença de dois representantes da Comissão de Seleção: o bailarino e coreógrafo paulista Rui Moreira, que integrou por 14 anos o Grupo Corpo, e a atriz, produtora e gestora pública acreana Karla Martins. Entre os 12 membros dessa comissão, está também o músico e jornalista gaúcho Arthur de Faria.
A fim de incrementar a divulgação do edital entre artistas, produtores e interessados, a Caminhada Rumos promoverá a partir do próximo dia 4 uma maratona de encontros entre representantes do Itaú Cultural e o público nas 27 capitais – Porto Alegre deve receber a visita no final de outubro. Em 20 anos de existência, o Rumos já contemplou 1,3 mil projetos.
Os jornalistas também puderam visitar em primeira mão a exposição Narrativas do Invisível – Mostra Rumos 2015-2016, que será inaugurada amanhã no prédio do instituto na Avenida Paulista. A coletiva reúne 24 trabalhos entre os 117 contemplados na última edição do programa.
O conjunto reúne tanto projetos tecnológicos como Teleport City, instalação da arquiteta brasiliense Gabriela Bílá que imagina um futuro no qual o principal meio de locomoção é o teletransporte, quanto obras voltadas a questões de identidade racial e de gênero – incluindo ainda abordagens poéticas como a instalação Territórios Corporais, em que o mineiro Yuji Kodato exibe macrofotografias de detalhes do corpo humano.