No começo dos anos 1990, quando o Brasil conhecia o rock dos Raimundos, e o mundo se impressionava com o surgimento do Nirvana, o baixista Glênio Silva, morador de Montenegro, decidiu fundar um grupo que investisse no mais genuíno rock. Para a empreitada, chamou o amigo Max Madrassi, vocalista, e, juntos, criaram a Neander.
Max conta como surgiu a ideia de batizar a fama de forma tão inusitada:
– O nome surgiu da forma mais pré-histórica possível (risos). A ideia era fazer um rock de raiz, cru. E nada mais raiz do que homem das cavernas, né?
Voltou com tudo
Pelas dificuldades no cenário local, a banda terminou em 1997. Porém, o sonho dos amigos permaneceu guardado. Em 2013, voltaram à ativa, atualizando o nome do grupo: a banda passou a se chamar Neander & Tal.
– Resolvemos colocar um tom gauchesco no nome. O gaúcho, no final das frases, fala muito "e tal". Então, ali, surgiu uma atualização do nosso rock – afirma Max.
No seu retorno, a banda teve mais sucesso do que na primeira fase. Por conta de uma rede de divulgadores (profissionais que representam a banda), uma das canções da Neander & Tal, batizada de Cartas e Poesias, chegou às rádios do Chile.
– Ela ficou por três semanas entre as mais tocadas nas rádios de lá. Para agradecer ao povo chileno, gravamos uma versão em espanhol, Cartas y Poesias – explica Max.
Esta integração vem rendendo bons frutos para os roqueiros. Em setembro, os gaúchos fazem dois shows por lá, em Santiago e em Concepción. Na sequência, tocam na Argentina e retornam ao Brasil para um festival de rock, em São Paulo, na Avenida Paulista.
Porém, o sucesso longe de casa não se repete por aqui. Os músicos lamentam a falta de espaço no Rio Grande do Sul para o rock local.
– Infelizmente, é um reconhecimento que vem de fora. E aqui, em casa, a coisa não funciona desta forma. Estamos lutando para que o povo gaúcho conheça nosso trabalho. Fazemos o possível para levar a bandeira rio-grandense para todos os lados – afirma Max.
Ainda integram a banda Rodrigo Alves (bateria) e Dago Bortolii (guitarra).
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Pitaco
Adriano Brasil, produtor artístico, fala sobre o som da banda.
– São excelentes. É fundamental ter um grupo desta qualidade fazendo música própria e conseguindo divulgar seu som fora daqui. Parabéns!
Mostre seu trabalho aqui
– Para participar da seção, mande um pequeno histórico da sua banda, dupla ou do seu trabalho solo, músicas e vídeos e um telefone de contato para jose.barros@diariogaucho.com.br
– Para falar com a banda, ligue para (51) 99610-0713.