Não teve para ninguém. Quando os fogos de artifícios começaram a espocar no céu de Xangri-Lá por volta das 2h, o Planeta Atlântida já tinha o rei da sua primeira noite: Wesley Safadão. Mas antes disso, muita água havia rolado na Sede Campestre da Saba.
A função começou romântica, com o gaúcho honorário Tiago Iorc. De coque samurai e regata que deixar à mostra o corpo malhado, o músico subiu ao palco do Planeta Atlântida com o sol ainda alto. De violão em punho, o jovem não teve dificuldades para reger o público, que cantou praticamente todas as suas canções do começo ao fim.
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Além dos próprios hits, como Amei te Ver, Me Espera e Alexandria, apresentou sua versão para Bang, de Anitta, e covers de Sorte (sucesso na voz de Gal Costa) e Dia Especial, da banda Cidadão Quem. Saiu ovacionado do palco e jurando amor ao público.
Na sequência, Armandinho fez sua volta ao Planeta no Palco Planeta. Prata da casa, o regueiro foi outro a não ter dificuldades em agradar. Planetários de todos os tipos acompanharam cada uma das músicas apresentadas por Armando – que chamou o amigo Gabriel O Pensador para um dueto em Pescador. Vieram ainda Desenho de Deus, Casa do Sol, Rosa Norte, Sol Loiro e Semente, numa fileira certeira de hits.
Veja fotos do primeiro dia do Planeta Atlântida 2017
Do outro lado da Saba, no Palco Atlântida, o Haikaiss introduziu o hip hop no Planeta. O público respondeu bem, mas foi na dobradinha de Gabriel O Pensador e Karol Conka que os planetários realmente celebraram o ritmo e a poesia. A mistura da velha e da nova guarda do rap nacional se mostrou inteligente e deu certo. Mamacita abriu os trabalhos com É o Poder, botando a cabeleira rosa pra chacoalhar, enquanto Lista Vip transformou o show em baile black.
Muito segura, Karol passou a decidir o set list na hora e emendou um hit atrás do outro – Gandaia foi um dos mais celebrados. Seu solo foi encerrado com uma cover espetacular de Back to Black, de Amy Winehouse. Gabriel entrou trazendo seus instrumentistas e a dupla mandou um dueto de Olhos Coloridos, sucesso na voz de Sandra de Sá, e Surfista Solitário (originalmente um dueto com Jorge Ben Jor).
No Palco Planeta, o O Rappa fez um show correto. Tocou alguns de seus hits com os novos arranjos do disco Acústico na Oficina Francisco Brennand, como Pescador de Ilusões e Uma Vida Só. Melhor para quem estava no Palco Atlântida, onde a Ultramen fazia uma apresentação impecável. Com o repertório do DVD Máquina do Tempo, Tonho Crocco e companhia mandaram um petardo atrás do outro, como Tubarãozinho, Ergua Suas Mãos e Grama Verde – até a inédita Robot entrou no set list.
Uma da grandes atrações da noite, o americano Jason Mraz era promessa de um show emocionante. Mas o público só vibrou mesmo nos hits indiscutíveis do músico, como Lucky, I'm Yours e I Wont Give Up. No restante do tempo, Mraz parecia não conseguir se conectar com a multidão. A postura introspectiva durante a execução da maior parte das canções e a fala mansa nas conversas como público esfriaram um tanto os ânimos dos planetários.
Novamente, mais sorte teve quem ficou no Palco Atlântida, cujo gargarejo já estava tomado 30 minutos antes de Emicida aparecer. Um dos maiores nomes do rap nacional, o músico abriu com uma trinca de arrebentar: 5 Moleques, Boa Esperança e Rinha. Apresentando completo domínio do público, fez a plateia acompanhá-lo na coreografia do hit I Love Quebrada, que literalmente fez o chão tremer.
O rapper paulistano ainda botaria todo mundo para dançar com País do Futebol,Madagascar e Passarinhos. Agradecendo sem parar, encerrou sua participação com Levanta e Anda – que só não foi acompanhada por uma multidão porque coincidiu com a entrada de Wesley Safadão no Palco Planeta.
Precedida por fogos de artifício, a entrada de Safadão foi responsável por um efeito geográfico inédito: um vazio absoluto e completo de gente entre os dois palcos. Ninguém queria perder a máquina nordestina de hits.
E Safadão fez por onde: abriu com Querência Amada para ganhar de vez o coração da gaúcha e saiu emendando sucessos. Solteiro de Novo, Camarote, Sou Ciumento, Meu Coração deu PT, entre muitos outros. A mistura de ritmos fez dançar todos os públicos, seja na arena, seja no camarote. Era difícil ver viva alma parada ou dispersa.
Para encerrar a noite, o DJ Alok manteve os planetários acordados remixando hits do pop, do rock e da eletrônica. Fechou puxando um "Ah, eu sou gaúcho".