Em uma época que o empoderamento feminino aparece com força, na música, não poderia ser diferente. Foi-se o tempo que só os homens soltavam a voz no funk, pagode ou sertanejo, cantando vantagens nas letras. A mulherada assume o protagonismo, como mostram estrelas como Simone & Simaria, Anitta e Ludmilla.
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E é nessa nova safra que surge MC Magrinha, 18 anos, do Bairro Partenon, na Zona Leste da Capital.Há cerca de três anos, quando nomes como Anitta e Ludmila (MC Beyoncé, na época) começaram a despontar, ela ouvia com carinho os conselhos familiares, que diziam que ela poderia ter futuro na música.
– Desde pequena, eu cantarolava o tempo todo, geralmente, funk e pagode, que são influências familiares. E, na minha adolescência, por 2012 e 2013, vi o estouro da Anitta e da Ludmilla. O fato de terem ganho destaque em um mercado que sempre foi mais masculino me incentivou – diz Magrinha, nome artístico de Liliane Azevedo.
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Naquela época, em 2013, a guria do Partenon decidiu gravar uma versão de uma faixa de Anitta, Não Para, e postou no Facebook.
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Rapidamente, com compartilhamentos de amigos e conhecidos do bairro, a música foi se espalhando e dando à Magrinha a convicção de que deveria ir adiante:
– Acho que comecei na hora certa. Quem não gosta de ouvir uma mulher cantando funk?
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Com letras focadas no discurso de que mulher se banca, lembrando Anitta,
Magrinha lançou, em 2014, a sua primeira música: Segue Teu Caminho. Depois, veio Cobiçadas. Agora, ela aposta em um funk mesclado com pop, surfando na onda de suas referências, que mudaram seu estilo.
– A música chama-se Vai Delirar e deve ser lançada no primeiro semestre de 2017 – avisa Magrinha.
Enquanto isso, ela segue com sua agenda de shows, principalmente, pelo Interior do Rio Grande do Sul, incluindo Bagé e Região Metropolitana. Em fevereiro, há apresentações marcadas para São Lourenço do Sul e Pelotas.
Pitaco de quem entende
MC Jean Paul curtiu o som da Magrinha.
– A canção Cobiçadas representa bem as mulheres no funk e nas baladas. Coloca os recalques nos seus devidos lugares. Música com produção muito boa, gostei da voz dela! – aprova o funkeiro, que dá a dica:
– Pensaria em um nome artístico diferente, já que o visual dela está mais para princesa!
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