Aos 42 anos, a cantora Patricia Marx, ex-Trem da Alegria, fez revelações surpreendentes à revista Veja sobre abuso e agressões que sofria na época em que integrava o grupo infantil que foi um estouro nos anos 80 e 90.
– No meu mundo de criança, tudo era mágico e suportável, mesmo com o cansaço e a exploração. O jogo de manipulação era real: uma empresária nos controlava por trás do palco, puxando-nos por meio de um cordão para nos beliscar quando saíamos da coreografia. Depois do Trem da Alegria, já na minha carreira-solo, a coisa piorou. Aos 13 anos, eu sofria abusos ferozes – contou ela.
A cantora também relatou situações de assédio na adolescência:
– Ouvi coisas tenebrosas e fui assediada sexualmente muitas vezes por produtores, cantores, artistas, diretores de gravadora... Tive nojo de mim. Isso me bloqueou. Anos depois, a ressaca viria na forma de uma depressão profunda.
Em uma das situações narradas pela cantora, ela recorda um diálogo com um diretor artístico:
– Ao crescer, comecei a querer gravar outros gêneros, pois sempre ouvia jazz, bossa nova, música erudita. Só que, em uma reunião com o diretor artístico, minha ideia foi desancada. "Ah, eu também queria ser loiro, alto e com um (...) desse tamanho'" disse ele, com uma menção chula ao órgão sexual masculino. Fiquei paralisada ao ouvir aquilo bem diante do meu pai. Carregaria a ferida para sempre.